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Internacional
Segunda - 03 de Janeiro de 2005 às 12:40

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O Congresso dos EUA, de maioria republicana, iniciará amanhã, terça-feira, sua 109ª sessão legislativa com novas caras e um amplo leque de prioridades nas frentes nacional e internacional.

Assuntos como a resposta dos EUA à crise humanitária no sudeste asiático, a instabilidade no Iraque, a reforma migratória e da previdência social estão entre as prioridades dos legisladores em seu retorno a Washington.

Entre as primeiras ações legislativas figura a votação de uma resolução na qual o senador republicano Richard Lugar pede uma "resposta generosa" dos EUA e do mundo para ajudar as vítimas da catástrofe do último 26 de dezembro em doze países do sudeste asiático.

"Além das razões humanitárias para atuar depressa, uma Ásia próspera e estável é chave para o esforço global para deter problemas como a proliferação de armas, o terrorismo, o narcotráfico e doenças contagiosas", expressou Lugar ao antecipar seu projeto de resolução.

"As conseqüências econômicas e políticas deste desastre natural poderão ser ainda mais severas a menos que nos comprometamos a promover uma forte recuperação" na zona devastada, acrescentou.

Apesar dos republicanos serem maioria em ambas as câmaras do Congresso, os observadores vaticinam batalhas para alguns dos projetos do presidente George W. Bush, já que a oposição democrata ainda tem força para confrontá-los.

Nas eleições legislativas de 2 de novembro, os republicanos ampliaram sua hegemonia na Câmara de Representantes somando mais três cadeiras às 232 que tinham -de um total de 435- e no Senado, de 51 a 55, menos das 60 necessárias para frear qualquer tática dilatória dos democratas.

Bush quer impulsionar este ano a aprovação de projetos como a extensão dos recortes de impostos, a modernização da previdência social, novos limites às indenizações em ações civis e a confirmação de juízes conservadores opostos ao aborto.

Alguns destes projetos, que requerem maior ou menor capital político, competem com o alto custo da ocupação no Iraque, em momentos em que Bush tem previsto pedir ao Congresso entre 65 e 85 bilhões de dólares em fundos adicionais para financiar as operações militares no Iraque e no Afeganistão.

O já volumoso déficit orçamentário de 412,55 bilhões de dólares poderá ser outra pedra no sapato para as ambições republicanas deste ano.

Bush também poderá enfrentar a oposição de seus próprios correligionários, divididos, por exemplo, sobre uma medida para proibir as licenças de dirigir a imigrantes ilegais, que ficou excluída da reforma dos serviços de espionagem.

No centro da controvérsia está o plano de Bush para "trabalhadores hóspedes", que daria cerca de dez milhões de imigrantes ilegais à possibilidade de viver e trabalhar legalmente nos EUA por até seis anos.

Por distintas razões, nem os republicanos nem os democratas apóiam o plano por considerá-lo insuficiente para cortar o problema da imigração ilegal pela raiz.

Outros assuntos que causam discórdias são um projeto de prospecção petrolífera no Alasca -derrotado em ocasiões anteriores-, a modernização da infra-estrutura de transporte e limites aos subsídios agrícolas.

Ao ganhar a reeleição, Bush afirmou que seu segundo mandato seria uma "nova oportunidade" para promover a cooperação bipartidária, mas poucos em Washington acham que a oposição cederá terreno ou que o Congresso conseguirá grandes avanços este ano.

No entanto, o analista Larry Sábato, da Universidade da Virgínia, acha que Bush terá boas oportunidades para avançar em seus projetos.

A 109ª sessão do Congresso também contará, entre seus novos membros, com dois senadores hispânicos, Mel Martínez (Flórida) e Ken Salazar (Colorado), além do único senador negro, Barack Obama (Illinois), o quinto na história do país.

Enquanto isso, a Câmara de Representantes terá 23 legisladores hispânicos -um a mais que a sessão anterior-, e um total de 65 mulheres legisladoras, quatro mais que no ano passado.




Fonte: EFE

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