Colonos fazem manifestação para impedir remoção de assentamentos

Centenas de colonos judeus iniciaram nesta segunda-feira uma manifestação em frente ao Parlamento (Knesset) para impedir a remoção de 25 assentamentos da Faixa de Gaza e do norte da Cisjordânia, segundo uma decisão do Poder Executivo.

Os manifestantes, organizados em barracas com calefação, exigem que a decisão do governo de Ariel Sharon, aprovada pelo Parlamento, seja submetida a uma consulta popular ou que as eleições gerais sejam antecipadas.

Sharon, que perdeu o apoio de seus ex-aliados da direita nacionalista e dos colonos, negociou a entrada dos trabalhistas em sua coalizão, mas pode antecipar as eleições se não conseguir também a incorporação de cinco deputados ortodoxos do partido Judaísmo Unido da Torá, o que depende da decisão de seu rabino mentor, Yosef Shalom Eliashiv.

Um dirigente do Conselho dos Assentamentos de Judéia e Samaria (Cisjordânia) e Gaza, Pinchas Wallerstein, reiterou hoje um apelo aos colonos para que resistam pacificamente à retirada dos assentamentos. Wallerstein pode ser submetido a julgamento e punido com três anos de prisão, segundo a lei, por instigar a rebelião civil.

O ex-Grão Rabino de Israel, Avraham Shapiro, pediu aos oficiais e soldados das Forças Armadas que se rebelem contra seus superiores se receberem a ordem de retirada de Gaza, território palestino que Israel conquistou e controla desde a guerra de 1967.

Os extremistas sustentam que a decisão aprovada em junho pelo governo de Sharon - visto como um "traidor" por seus ex-aliados nacionalistas e ameaçado de morte por militantes clandestinos - foi antidemocrática, pois, para conseguir a maioria, expulsou dois de seus ministros, que se opunham à retirada.