Polícia apura ligação com "máfia"

A Polícia Civil investiga se os quatro policiais militares presos na tarde de quarta-feira (29) estão envolvidos no que se habituou chamar de máfia da cobrança - grupos formados por PMs ou ex-PMs que usam de violência para cobrar dívidas.

Os cabos Epaminondas Alves da Costa, 39, e Everaldo Alves Ferreira, 32; além dos soldados Gilson Gonçalves Santos, 37, e Edmilson Montebeller, 35; foram indiciados pelos crimes de extorsão mediante sequestro, roubo e porte ilegal de arma de fogo.

Não há provas concretas, mas o que leva a polícia a associar os policiais com um grupo de cobrança é o fato deles terem invadido em plena luz do dia um comércio pequeno, situado em um bairro periférico de Cuiabá. A suspeita de que existam outros militares envolvidos é considerada pela polícia.

No total, a Polícia Civil encontrou com eles cinco armas, sendo uma pistola 9 milímetros. Dois revólveres apreendidos pertencem à Polícia Militar e só poderiam ser utilizados em serviço, o que não era o caso.

Os quatro foram presos depois de invadirem um supermercado no bairro Jardim Novo Paraíso, pegarem o dinheiro que havia no caixa (algo entre R$ 400 e R$ 1 mil) e sequestrarem o comerciante Sebastião Lauze Queiroz, 33, o "Dandão".

Todo o crime foi descoberto porque familiares de Sebastião, estranhando a atuação dos PMs, acionaram a Polícia Civil.

A Delegacia do Complexo do Coxipó está investigando ainda se o carro usado pelos policiais, um Monza azul, é o mesmo que vem sendo usado para a prática de uma série de crimes na região do Coxipó.

Conforme o chefe de operações da delegacia, Orivaldo Júnior Pedroso, um carro com as mesmas características e que recebia apoio de uma motocicleta azul estava aterrorizando os comerciantes daquela região.

Entretanto, essa é somente uma suspeita da Polícia Civil, que já descobriu que o carro usado pelos policiais para irem até o mercado está com mandado de busca e apreensão.