PMs são acusados de mais crimes

O Serviço Reservado (SR) da Polícia Militar vai investigar denúncias de que os quatro policiais presos anteontem estavam extorquindo outros comerciantes na região do Coxipó. Após a prisão, policiais civis da delegacia do bairro receberam um telefonema no qual uma pessoa não identificada afirmava que dois deles haviam extorquido outro comerciante na região.

Por medo de represália, a pessoa não teria fornecido mais detalhes. O Serviço Reservado acredita que o número de vítimas seja maior e espera receber novas denúncias.

Estão presos os cabos Edmilson Montebele, 35 anos, e Epaminondas Alves da Mata, 39, além dos soldados Gilson Gonçalves dos Santos, 37, e Everaldo Alves Ferreira, 30, os quatro do Serviço Reservado.

Da Mata e Ferreira trabalhavam há cerca de um mês no SR do 3o Batalhão, na região do CPA. Montebele e Santos atuavam no 4o Batalhão, em Várzea Grande. O trabalhado deles é interno, o que os proíbe de investigar nas ruas. Desse modo o que quer que tenham feito no mercado se tratava de algo irregular.

Os quatro foram autuados em flagrante pelos crimes de roubo, extorsão mediante seqüestro e porte ilegal de arma. Com eles, foram apreendidos quatro revólveres (sendo dois da PM), uma pistola 380 milímetros e parte do dinheiro roubado do comerciante Sebastião Queiroz, dono do mercadinho no Jardim Liberdade, na região Coxipó.

“Os policiais não poderiam andar armados porque estavam à paisana, o que caracterizou o porte ilegal. Três armas que estavam com eles, inclusive uma pistola, não têm procedência”, explicou o delegado Paulo Roberto Araújo, da Delegacia do Complexo do Coxipó.

Os PMs foram presos acusados de assaltar um mercadinho no Jardim Liberdade, de onde roubaram cerca de R$ 1 mil em dinheiro. Eles levaram o comerciante refém num Gol e ainda usaram um Monza para fugir. Familiares do comerciante seguiram os policiais num Escort, que teve os pneus furados à bala pelos PMs.

Policiais civis da Delegacia do Coxipó foram acionados e prenderam os quatro. O assalto ocorreu por volta das 16 horas. Os PMs foram interceptados por policiais da Delegacia do Coxipó, que haviam sido acionados pelas vítimas. O Monza foi fechado e parou num posto de combustível na estrada que liga o bairro Tijucal ao Osmar Cabral. Os dois PMs que estavam neste carro foram presos ali mesmo.

“Até essa hora, não sabíamos que se tratava de policiais militares. Eles então se identificaram. E ainda disseram que o dinheiro e as armas estavam no carro. Eles alegaram que perseguiram os bandidos e tinham recuperado as armas e parte do dinheiro”, explicou o policial civil Ariovaldo Pedroso Júnior.