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Arcanjo ouvido mesmo sem a CPI
O juiz federal da 1ª Vara de Mato Grosso, Julier Sebastião da Silva, ouvirá o bicheiro João Arcanjo Ribeiro, 53 anos, sobre remessas ilegais de dinheiro ao exterior e suposto pagamento de despesas da campanha do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) em 2002, mesmo que seja confirmado o fim da CPI do Banestado.
Julier condenou Arcanjo, em dezembro de 2003, a 37 anos de prisão por lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro e formação de quadrilha.
Antero presidiu a CPI do Banestado, criada em junho de 2003 para apurar remessa ilegal de dinheiro, de 1996 a 2002, ao exterior. A CPI investigava também Arcanjo, pela acusação de que ele teria sonegado ao menos R$ 1 bilhão de 1997 a 2002.
Na segunda-feira passada, Antero encerrou a CPI, apesar de a Justiça do Uruguai ter aceito tomar, no próximo dia 16 de fevereiro, o depoimento de Arcanjo sobre remessas ilegais de dinheiro.
A CPI encaminharia uma carta rogatória com perguntas para o juiz uruguaio fazer ao bicheiro. Em 20 de maio deste ano, autoridades judiciais de Mato Grosso foram até Montevidéu para interrogar Arcanjo, que nada disse no depoimento.
O relator da CPI, deputado José Mentor (PT-SP), quer que os trabalhos da CPI continuem até o dia 27 de fevereiro. Ele tenta anular o encerramento dos trabalhos.
Se a CPI acabar mesmo, Arcanjo não deve se livrar no Brasil do interrogatório sobre os casos.
A primeira instância da Justiça do Uruguai autorizou em novembro passado a extradição dele para o Brasil. Arcanjo está preso em Montevidéu desde abril de 2003 por uso de documento falso.
Julier esperava que, até o dia 25 deste mês, a suprema corte do Uruguai negasse recurso ao advogado de Arcanjo, decidindo então pela extradição definitiva.
Anteontem a Embaixada do Brasil em Montevidéu informou não ter recebido informações sobre a decisão dos juízes uruguaios.
Outro Lado
A reportagem da Agência Folha deixou recado no celular do assessor de Antero, mas ele não ligou de volta. No gabinete do senador, ninguém atendia ao telefone.
Antero sempre negou envolvimento com Arcanjo. Dizia nem sequer conhecer Dondo Gonçalves, o ex-contador que está preso em Cuiabá.
O PSDB de Mato Grosso disse, em setembro passado, que apenas usou a Vip Factoring para trocar cheques arrecadados entre doadores na campanha eleitoral. (Hudson Corrêa)
Assassinatos
Em agosto deste ano, Arcanjo foi indiciado em mais quatro homicídios. Segundo o delegado João Bosco de Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ele vai responder como mandante das execuções do empresário Mauro Sérgio Manhoso, de 45 anos, ocorrida em 2000, e dos jovens Mauro Celso Ventura de Moraes, Leandro Gomes dos Santos e Celso Borges, que aconteceu em 2001.
Com estes indiciamentos, sobem para oito as acusações de mandante de assassinatos contra o bicheiro, atualmente preso em Montevidéu.
Entre as acusações que pesam contra Arcanjo está a execução do empresário Sávio Brandão, fundador da Folha do Estado. O crime aconteceu em setembro de 2002.
Antero presidiu a CPI do Banestado, criada em junho de 2003 para apurar remessa ilegal de dinheiro, de 1996 a 2002, ao exterior. A CPI investigava também Arcanjo, pela acusação de que ele teria sonegado ao menos R$ 1 bilhão de 1997 a 2002.
Na segunda-feira passada, Antero encerrou a CPI, apesar de a Justiça do Uruguai ter aceito tomar, no próximo dia 16 de fevereiro, o depoimento de Arcanjo sobre remessas ilegais de dinheiro.
A CPI encaminharia uma carta rogatória com perguntas para o juiz uruguaio fazer ao bicheiro. Em 20 de maio deste ano, autoridades judiciais de Mato Grosso foram até Montevidéu para interrogar Arcanjo, que nada disse no depoimento.
O relator da CPI, deputado José Mentor (PT-SP), quer que os trabalhos da CPI continuem até o dia 27 de fevereiro. Ele tenta anular o encerramento dos trabalhos.
Se a CPI acabar mesmo, Arcanjo não deve se livrar no Brasil do interrogatório sobre os casos.
A primeira instância da Justiça do Uruguai autorizou em novembro passado a extradição dele para o Brasil. Arcanjo está preso em Montevidéu desde abril de 2003 por uso de documento falso.
Julier esperava que, até o dia 25 deste mês, a suprema corte do Uruguai negasse recurso ao advogado de Arcanjo, decidindo então pela extradição definitiva.
Anteontem a Embaixada do Brasil em Montevidéu informou não ter recebido informações sobre a decisão dos juízes uruguaios.
Outro Lado
A reportagem da Agência Folha deixou recado no celular do assessor de Antero, mas ele não ligou de volta. No gabinete do senador, ninguém atendia ao telefone.
Antero sempre negou envolvimento com Arcanjo. Dizia nem sequer conhecer Dondo Gonçalves, o ex-contador que está preso em Cuiabá.
O PSDB de Mato Grosso disse, em setembro passado, que apenas usou a Vip Factoring para trocar cheques arrecadados entre doadores na campanha eleitoral. (Hudson Corrêa)
Assassinatos
Em agosto deste ano, Arcanjo foi indiciado em mais quatro homicídios. Segundo o delegado João Bosco de Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ele vai responder como mandante das execuções do empresário Mauro Sérgio Manhoso, de 45 anos, ocorrida em 2000, e dos jovens Mauro Celso Ventura de Moraes, Leandro Gomes dos Santos e Celso Borges, que aconteceu em 2001.
Com estes indiciamentos, sobem para oito as acusações de mandante de assassinatos contra o bicheiro, atualmente preso em Montevidéu.
Entre as acusações que pesam contra Arcanjo está a execução do empresário Sávio Brandão, fundador da Folha do Estado. O crime aconteceu em setembro de 2002.
Fonte:
Folha do Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/362208/visualizar/
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