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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sexta - 31 de Dezembro de 2004 às 07:06

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A comissão de sindicância que investigou as três mortes na UTI do Pronto-Socorro de Cuiabá, no dia 5 de dezembro, concluiu que há indícios de imprudência, imperícia e, principalmente, negligência de profissionais que participaram da instalação, manutenção e uso dos aparelhos da unidade.

O relatório, entregue ao secretário de Saúde Luiz Soares no início da semana, teve cópias encaminhadas à Polícia Civil e ao Ministério Público Estadual, que também investigam o caso.

As mortes aconteceram por volta do meio-dia de 5 de dezembro, quando a UTI adulto permaneceu pouco mais de meia hora sem energia elétrica. Na ocasião morreram os pacientes Valdemir Gonçalo de Campos, Claudinei Silva e Maria Auxiliadora do Espírito Santo.

A comissão de sindicância foi formada por Dionízio José Bonchese Andreoni (médico), Haig Garabed Terzian (médico intensivista), Sandra Maria da Anunciação (assessora administrativa) e a ouvidora do SUS em Cuiabá, Arenice Ribeiro Lopes.

Sobre a direção do Pronto-Socorro, a comissão concluiu que pode ter ocorrido negligência porque não houve treinamento da equipe da UTI em relação aos equipamentos que deveriam operar.

A direção, no entanto, garante que houve sim capacitação, solicitada, inclusive, pelo superintendente do hospital, Manoel Garibaldi. Segundo o Pronto-Socorro, durante os meses de setembro a novembro, um profissional da empresa Biomedic esteve em Cuiabá “repassando a dinâmica dos equipamentos”.

A comissão ainda concluiu que pode ter havido negligência por parte da equipe responsável pela UTI, em razão da demora em iniciar algum procedimento de resposta à emergência da falta de energia elétrica em setor tão vital.

A informação é corroborada pela direção do hospital, que afirmou não ter havido qualquer comunicação da equipe sobre o que estava ocorrendo. A direção ainda argumenta que existia “possibilidade de manter sobre respiração manual por tempo indeterminado todos os pacientes que se encontravam na unidade, pois havia pessoal suficiente para que isso acontecesse”.

Mas as críticas não se restringem aos médicos intensivistas e à direção do Pronto-Socorro. O responsável pela elaboração do projeto elétrico da UTI, segundo a comissão, pode ter cometido imprudência e imperícia. Também pesa a suspeita de imperícia sobre o engenheiro responsável pelas obras da unidade, “ao permitir que uma conexão crítica fosse montada com falta de aperto adequado”. Sobre esses dois itens, a diretoria do hospital argumenta que a obra foi licitada, contratada e fiscalizada pelo governo do Estado.

O responsável pelo recebimento da obra e a chefia de manutenção do Pronto-Socorro são acusados de negligência. Este último por não ter disponibilizado para funcionários do setor as plantas detalhadas das instalações.




Fonte: Diário de Cuiabá

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