79% prevêem vida melhor no ano que vem
Apesar dos bons resultados econômicos anunciados em profusão no último trimestre do ano --a economia deve crescer algo em torno de 5% em 2004--, a proporção dos que dizem que a situação econômica vai melhorar oscilou um pouco para baixo em relação à última pesquisa feita pelo Datafolha, em outubro deste ano.
Agora, 48% dos brasileiros dizem que esperam que a situação econômica vai melhorar nos próximos meses, enquanto 35% esperam alguma piora. As proporções, em outubro, eram de 52% e 35%, respectivamente.
Ainda em relação ao bolso, o otimismo aumenta quando se trata de avaliar a própria situação econômica. Para 65%, ela irá melhorar nos próximos meses. É um grau de otimismo inédito, informa o Datafolha. Na última pesquisa, realizada em outubro de 2003, os que afirmavam que suas situações econômicas deveriam melhorar eram 56%, resultado nove pontos percentuais inferior ao da pesquisa atual.
Até agora, desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, este foi o melhor resultado. A maior proporção havia sido registrada no meio do primeiro ano de mandato, em junho, quando 58% esperavam que sua própria situação econômica melhoraria nos meses posteriores. Durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (1999-2002), a proporção mais alta de pessoas que avaliam que a situação melhoraria havia sido registrada em dezembro de 2002, e tinha sido de 54%.
Olhando para trás, a maioria dos brasileiros parece relativamente contente com 2004, já que 52% dos entrevistados dizem que suas vidas pessoais melhoraram neste ano, enquanto 28% dizem que elas foram iguais e apenas 20% afirmam que houve piora.
O ano não foi tão bom, no entanto, quando a pergunta é sobre a vida no país como um todo. Neste caso, menos da metade (48%) diz que houve melhora em 2004, enquanto 32% dizem acreditar que não houve mudança. Os que avaliam que a vida no país piorou somam 19%.
Interessante que a avaliação de 2004 está intimamente ligada às escolhas eleitorais de 2002. Os eleitores que votaram em José Serra (PSDB) no segundo turno daquele ano tendem a ser menos otimistas sobre o futuro e mais críticos em relação ao passado do que os que votaram no agora presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Assim, 2004 foi melhor do que 2003 em relação à vida pessoal para 40% dos que declararam voto em Serra e para 57% dos que votaram em Lula. O pessimismo é maior na hora de avaliar a vida no país, que melhorou só para 28% dos que escolheram Serra. Já entre os lulistas, 53% dizem que a vida no país melhorou neste ano.
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