Crescem casamentos depois dos 30

Qual é a mulher que nunca foi intimada a escolher um companheiro antes dos 30, porque depois dessa idade casar fica difícil? Apesar dos avisos populares, mais mulheres estão casando mais tarde, depois dos 30. Isso é o que mostram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): cresceu o número de casamentos de mulheres solteiras com mais de 30 anos em Mato Grosso. Foram 1.467 registros em 2002, contra os 835 de 2001, um aumento de 75%.

"Isso é ótimo", na visão da psicóloga Ireniza Canavarros. Pelo menos para a psicologia a melhor idade para o casamento está no pós 30. Não por uma questão de idade, mas de amadurecimento que a vivência traz para o ser humano. "Antes disso, o motor é a paixão o que contribui para que os relacionamentos estáveis sejam desfeitos com maior facilidade", explica.

A bagagem - que tem que ser conquistada - do pós 30 permite uma visão mais ampla do mundo, dos relacionamentos. "É importante estar consciente de que casamento não é um conto de fadas, dá trabalho construir um relacionamento".

E o que de mais positivo as estatísticas refletem é que a mulher não cede mais à pressão social de ter que casar antes dos 30 anos e, também não vê o casamento como uma fuga da casa dos pais. E esse fortalecimento não é de hoje. Ednice Gomes Segura casou-se aos 32 anos em uma época em que a cobrança pela constituição de uma família era ainda maior: há 20 anos. Duas de suas três irmãs já tinham casado e várias amigas seguiram o mesmo caminho. Mas ela garante que foi por opção que ficou solteira depois dos 30.

Como era a única filha da primeira leva de filhos, foi muito controlada. Começou a namorar - ainda escondido - aos 18 anos e, sempre que pensava em sair de casa era para ter liberdade. "Toda vez que namorava um homem ciumento ou que, de alguma forma, fosse dependente, pensava que não queria casar com ele. Até namorava, mas quando a coisa apertava, saía fora", conta Ednice, hoje com 52 anos. Em sua época, suas amigas começavam a casar com 20 anos. "Se já não estavam enlaçadas, pelo encaminhadas", conta. Ela tinha sempre uma resposta pronta na ponta da língua quando alguém lhe questionava sobre casamento: "não quero ficar lavando cueca de homem", brinca.