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"Cabocla" é eleita a melhor novela de 2004
Na teledramaturgia, 2004 não foi um ano de grandes novidades. Pelo menos não de boas novidades, como comprova a eleição Melhores & Piores de 2004, de TV Press. Eleita a "Melhor Novela", Cabocla consagrou também Edmara e Edilene Barbosa na categoria "Melhor Autor".
Mas a trama já tinha ido ao ar em 1979, escrita pelo pai das autoras, Benedito Ruy Barbosa. Na época, Glória Pires foi alçada à categoria de estrela ao interpretar a caboclinha Zuca. Desta vez, Vanessa Giácomo não fez feio no papel, mas também não empolgou. Tanto que perdeu o posto de "Atriz Revelação" para Maria Flor, a Tina na mesma trama.
Na categoria "Melhor Seriado", o prêmio também só confirmou o que já se sabia. O eleito foi o excelente Cidade dos Homens, em sua terceira temporada.
Por outro lado, novidade foi o que não faltou em Metamorphoses, que a Record colocou no ar com o pomposo slogan "a novela que vai mudar a sua vida". Misturava a máfia japonesa com imagens de cirurgias plásticas reais e um inusitado transplante de faces. Mas a receita desandou, a novela saiu do ar antes da hora e abocanhou o título de "Pior Novela", garantindo ainda a "honraria" às autoras Arlette Siaretta e Letícia Dornelles e à diretora Tizuka Yamasaki.
Senhora do Destino e Da Cor do Pecado, duas tramas com excelentes índices de audiência, aparecem bem representadas. Guilherme Weber, na pele do vilão Tony na novela das sete, foi eleito "Ator Revelação", enquanto o já consagrado Matheus Nachtergaele garantiu o título de "Melhor Ator Coadjuvante" em sua estréia em novelas. A trama também deu a vitória a Denise Saraceni na categoria "Melhor Diretor".
Em Senhora do Destino, brilhou José Wilker, eleito "Melhor Ator" com o impagável Giovanni Improtta. A dobradinha de Renata Sorrah e Leandra Leal, que vivem se enfrentando como a vilã Nazaré e a justiceira Cláudia, também rendeu frutos às duas atrizes, eleitas, respectivamente, "Melhor Atriz" e "Melhor Atriz Coadjuvante".
NOVELA
Melhor: Cabocla
Com enredo simples e nenhuma modificação significativa em relação à história original, Cabocla, de Benedito Ruy Barbosa, conquistou o público das 18h e 70% dos votos. Como na primeira vez em que foi exibida, em 1979, o romance de Zuca com o "doutorzinho" Luís Jerônimo foi ofuscado pela história de amor "à la Romeu e Julieta" de Neco e Belinha, papéis de Danton Mello e Regiane Alves. Em parte, devido à bem-explorada pendenga política entre os pais dos "pombinhos", os coronéis Justino e Boanerges, magistralmente interpretados por Mário Mendonça e Tony Ramos.
Pior: Metamorphoses
Animada com a bem-sucedida parceria com a produtora Casablanca em Turma do Gueto, a Record não economizou pompa no lançamento de Metamorphoses. A propaganda fez efeito: a novela estreou com 14 pontos de Ibope, num domingo. Não demorou, no entanto, para que a máfia japonesa, as sanguinolentas cenas de cirurgias plásticas e o pouco crível transplante de face da personagem central afugentassem o público.
Com índices em torno de dois pontos, a novela foi totalmente reformulada, abrindo espaço para o humor. Mas a "intervenção de emergência" foi em vão: a novela foi finalizada às pressas e merecidamente conquistou 95% dos votos como "Pior Novela".
NOVELA ESTRANGEIRA
Melhor: Morangos com Açúcar Espécie de Malhação lusitana, Morangos com Açúcar ficou abaixo das expectativas da Band, que esperava incrementar sua audiência vespertina, mas conquistou 46% dos eleitores.
A novelinha, que ainda faz sucesso em Portugal, limita-se a acompanhar os encontros e desencontros típicos do universo adolescente. Mas, pelo menos, passa bem longe do padrão melodramático das novelas hispânicas exibidas por aqui.
O belo protagonista, João Catarré, era a maior atração da história, mais explorado em seus atributos físicos que na capacidade de interpretação.
Pior: Gata Selvagem
Depois da boa repercussão da colombiana Betty, a Feia, a Rede TV! resolveu investir nas enlatadas, mas o resultado não chegou nem perto da bem-humorada história da heroína feiosa.
Com Pedro, o Escamoso, a emissora abocanhou o título de "Pior Novela Estrangeira" na edição do ano passado. E conquistou o bicampeonato este ano com Gata Selvagem, eleita com 85% dos votos.
Como boa lutadora que era, a mocinha Rosaura deixou para trás não só as hordas de vilões maquiavélicos que a perseguiam, mas também a concorrência da não menos pior Paixões Ardentes, que a emissora tirou do ar antes do fim.
ATRIZ REVELAÇÃO
Maria Flor
O público já conhecia Maria Flor do "folheteen" Malhação, no qual ela passou uma temporada como a "clubber" Rê. Mas foi em Cabocla que a atriz pôde mostrar um pouco mais de seu trabalho, sobretudo nas inúmeras cenas dramáticas da sofrida Tina. Aos 21 anos, ela não economizou esforços no papel. Ao saber que o diretor Ricardo Waddington pretendia testá-la para a personagem, tratou de dizer a ele que se sentia plenamente capaz de dar conta do recado. Pelo jeito, ela estava certa - ao menos é o que comprovam 68% dos eleitores.
ATOR REVELAÇÃO
Guilherme Weber
Depois de 12 anos de trabalho ininterruptos nos palcos, com a reconhecida Sutil Companhia de Teatro, Guilherme Weber estreou em novelas com o surtado Tony, em Da Cor do Pecado.
O maquiavélico personagem foi colocando as manguinhas de fora aos poucos - no início, tinha pinta de galã mal-intencionado, mas evoluiu para a loucura desbragada e abocanhou 38% dos votos.
Apesar dos riscos, Guilherme conseguiu evitar a caricatura e chegou a se surpreender com algumas cenas de Tony, como na que terminou de cuecas no meio de uma favela, numa vingança da personagem de Giovanna Antonelli.
ATOR
Melhor: José Wilker
O amor de Giovanni Improtta por Maria do Carmo, a "mocinha" de Senhora do Destino, não era para passar da fase platônica. Mas, graças à simpatia do público pelo personagem de José Wilker, o autor Aguinaldo Silva já está abrindo caminho para que o hilário ex-bicheiro "a conquiste-a", como ele próprio diria, no linguajar que se tornou sua mais marcante característica.
O talento de Wilker para a criação de tipos carismáticos conquistou 46% da preferência dos votantes.
Logo atrás vem Tony Ramos, que ganhou 44% dos votos com seu não menos simpático Coronel Boanerges, de Cabocla.
Pior: Ricardo Macchi e Marcos Paulo Quando o público finalmente parecia superar a lembrança do robótico cigano Igor, de Explode Coração, Ricardo Macchi voltou à tevê na fracassada Metamorphoses, como o interesseiro "caça-dotes" Ângelo.
A ainda pouco expressiva interpretação do ator garantiu a ele 46% dos votos - mas, certamente, o eterno fantasma cigano tem boa dose de responsabilidade nesta "conquista".
Já Marcos Paulo ganhou exatamente o mesmo percentual de votos ao tentar reviver seu passado de galã com o insosso Miguel Arcanjo de Começar de Novo. O personagem não decolou, assim como a novela, que tem passado por uma série de modificações sem conseguir encontrar o tom.
ATRIZ
Melhor: Renata Sorrah
O autor Aguinaldo Silva diz ter se inspirado no gato Tom, do desenho animado Tom & Jerry, para criar a surtada Nazaré, de Senhora do Destino. Tudo porque as armações da ladra de criancinha vivem dando errado, mesmo com o fim da novela ainda distante.
O fato é que a vilã é divertida, sensual e surpreendente tanto quando as coisas caminham como ela planeja quanto nas vezes em que se dá mal. Esbanjando talento, Renata Sorrah conquistou 85% dos votos com sua atuação na trama - segundo ela, inspirada pela dramática Medéia, personagem da tragédia grega de mesmo nome que ela estava interpretando no teatro quando a novela começou.
Pior: Vanessa Lóes
A tarefa de Vanessa Lóes em Metamorphoses era, no mínimo, arriscada. A atriz começava a trama como a jovem e determinada Lia e, depois de um transplante facial, "virava" a bem-sucedida médica Circe, perseguida pela máfia japonesa. Desmemoriada, reaprendia a viver como Lia para depois descobrir que, na verdade, era a outra.
Na confusão em que se transformou a trama, Vanessa se perdeu junto e acabou saindo da novela com boa parte do elenco original antes da tentativa de "salvação" da história. Mas não escapou de ser eleita a pior atriz do ano, com a "preferência" de 72% dos eleitores.
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Matheus Nachtergaele
Bastante conhecido do público graças à participação em projetos especiais, sobretudo O Auto da Compadecida, Matheus Nachtergaele resistia à idéia de fazer novelas. Só aceitou interpretar Pai Helinho em Da Cor do Pecado porque já conhecia o autor João Emanuel Carneiro do cinema.
Mas, pelo menos pelo que se viu na telinha, o ator parece ter se divertido bastante na pele do falso vidente, que acabou ganhando uma espécie de "novela à parte" em seu núcleo no Maranhão.
As hilárias cenas em que Helinho se assustava com as manifestações sobrenaturais garantiram ao ator 82% dos votos.
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Leandra Leal
A entrada de Leandra Leal em Senhora do Destino não foi nada fácil. Logo em sua primeira cena, Cláudia voltava para casa e recebia a notícia da suspeitíssima morte do pai. Depois, vieram inúmeras cenas de choro e discussões homéricas com a maquiavélica Nazaré.
Mas a atriz deu conta de tudo isso e ainda de transformar a inicialmente arredia personagem em uma típica mocinha apaixonada.
A simpatia do público levou o autor da trama a aumentar a participação da atriz na descoberta das tramóias de Nazaré. E Leandra abocanhou nada menos que 92% dos votos como melhor atriz coadjuvante.
AUTOR
Melhor: Edmara e Edilene Barbosa
Habituais colaboradoras de Benedito Ruy Barbosa em suas tramas, as filhas Edmara e Edilene ganharam status de primeiras-autoras em Cabocla. Mas a tarefa não era das mais exigentes. Afinal, a trama deveria ser apenas adaptada da original, escrita pelo autor em 1979.
Fiéis ao estilo do pai, as autoras resistiram à tentação de inventar mais que o necessário e conquistaram excelentes índices de audiência para o horário das 18h, ao contrário do que aconteceu com "remakes" anteriores, como Irmãos Coragem e Pecado Capital. Ganharam 35% da preferência dos eleitores.
Pior: Arlette Siaretta e Letícia Dornelles
O intrincado argumento de Arlette Siaretta para Metamorphoses passou pelas mãos de Mário Prata e José Louzeiro antes de ser desenvolvido pela própria sócia da produtora Casablanca.
Nos dois casos, houve desentendimentos em relação a radicais mudanças nos textos dos autores. O resultado foi a caótica mistura da máfia japonesa com os intermináveis closes em procedimentos de cirurgias plásticas, que definitivamente não conquistou o público.
Quando os "sinais de vida" da novela entraram em colapso, Letícia Dornelles foi convocada para tentar um "procedimento de emergência" na trama. Mas já era tarde demais e a autora acabou conquistando, ao lado de Arlette, 98% dos votos.
DIRETOR
Melhor: Denise Saraceni
Se há uma coisa que não faltou em Da Cor do Pecado foi ritmo. E, graças à diretora Denise Saraceni, eleita com 30% dos votos, a novela não perdeu o fôlego nem criou barriga em seus longos meses de exibição.
A trama de João Emanuel Carneiro tinha vários núcleos com histórias bem-definidas e distintas, como a trupe da Mamuska Edilásia, a "quadrilha" de Eduardo e Verinha e o "quartel-general" de Pai Helinho.
A repercussão foi tão boa que o romance de Paco e Preta viveu até seus dias de coadjuvante. A diretora teve de dar conta de várias novelas em uma e conquistou 38% da preferência dos eleitores.
Pior: Tizuka Yamasaki
O nome de Tizuka Yamasaki foi apontado por vários atores de peso que entraram no elenco de Metamorphoses como o principal motivo para o "sim" ao convite.
A conceituada diretora, responsável por minisséries como O Pagador de Promessas e A Madona de Cedro, da Globo, e a novela Kananga do Japão, da Manchete, nem ficou até o final da trama, que chegou ao fim sob a batuta de Pedro Siaretta, um dos sócios da produtora Casablanca.
Mas a aura de fracasso que contagiou a produção se abateu também sobre Tizuka, que foi lembrada por 73% dos eleitores.
SÉRIES E SERIADOS NACIONAIS
Melhor: Cidade dos Homens
Amparada no sucesso de Cidade de Deus, a produtora O2 Filmes, de Fernando Meirelles, inovou ao mostrar o dia-a-dia do morro no seriado Cidade dos Homens. A estréia foi em 2002, como especial pelo Dia da Criança. Pela primeira vez, as apresentadoras louras de cabelos escorridos davam espaço a heróis da vida real - dois meninos negros, com cabelo pixaim e conflitos como a tentação do dinheiro fácil do tráfico e a violência nas favelas.
Ao longo de dois anos, Laranjinha e Acerola cresceram, assim como seus problemas e a simpatia do público por eles. Cidade dos Homens foi eleito com 98% dos votos.
Pior: Meu Cunhado
Depois de encomendar a Moacyr Franco uma adaptação do seriado mexicano Mi Cuñado, Silvio Santos adiou o programa por nada menos que três anos.
A "indecisão" acabou contribuindo para o caráter "trash" do programa estrelado por Moacyr e Ronald Golias. Para começar, o próprio Moacyr reconheceu que muitas das piadas envelheceram.
Como 52 episódios já estavam gravados, o jeito foi dublar algumas cenas. Mas pior mesmo foi a solução encontrada para substituir Guilhermina Guinle, que saiu do projeto. Sua personagem, Simone, faz uma cirurgia plástica e se transforma em Luiza Thiré. Por essas e outras, o programa conquistou 68% dos votos.
ENLATADOS
Melhor: Friends Há dois anos sem aparecer entre os melhores, Friends voltou a conquistar a simpatia do público. A série americana, que vai ao ar no SBT, venceu apertado - foram 33% dos votos, contra 30% de 24 Horas, exibida pela Globo.
Contando com bom humor o dia-a-dia de seis inseparáveis amigos cheios de manias estranhas, a "sitcom" já tinha sido eleita duas vezes consecutivas, na época em que era exibida pela Rede TV!.
Este ano, o sucesso foi incensado pelo mais que comentado fim do programa nos Estados Unidos. Pouco tempo depois, os atores se encontraram novamente para a gravação de um episódio especial, que sela definitivamente os destinos dos personagens.
Pior: "Chaves"
O abobalhado personagem criado por Roberto Bolaños nos anos 70 permanece um fenômeno difícil de ser explicado.
Sílvio Santos bem que tentou tirar Chaves do ar. Mas o poder da audiência acabou falando mais alto. Com índices em torno dos 10 pontos de audiência, o seriado ganhou até movimentos organizados de telespectadores exigindo seu retorno à grade do SBT. O programa voltou ao ar e ao rol dos piores do ano. Depois de uma seqüência de anos como o vencedor na categoria - interrompida no ano passado, quando o "vitorioso" foi Oz -, o programa conquistou 62% dos votos.
Mas a trama já tinha ido ao ar em 1979, escrita pelo pai das autoras, Benedito Ruy Barbosa. Na época, Glória Pires foi alçada à categoria de estrela ao interpretar a caboclinha Zuca. Desta vez, Vanessa Giácomo não fez feio no papel, mas também não empolgou. Tanto que perdeu o posto de "Atriz Revelação" para Maria Flor, a Tina na mesma trama.
Na categoria "Melhor Seriado", o prêmio também só confirmou o que já se sabia. O eleito foi o excelente Cidade dos Homens, em sua terceira temporada.
Por outro lado, novidade foi o que não faltou em Metamorphoses, que a Record colocou no ar com o pomposo slogan "a novela que vai mudar a sua vida". Misturava a máfia japonesa com imagens de cirurgias plásticas reais e um inusitado transplante de faces. Mas a receita desandou, a novela saiu do ar antes da hora e abocanhou o título de "Pior Novela", garantindo ainda a "honraria" às autoras Arlette Siaretta e Letícia Dornelles e à diretora Tizuka Yamasaki.
Senhora do Destino e Da Cor do Pecado, duas tramas com excelentes índices de audiência, aparecem bem representadas. Guilherme Weber, na pele do vilão Tony na novela das sete, foi eleito "Ator Revelação", enquanto o já consagrado Matheus Nachtergaele garantiu o título de "Melhor Ator Coadjuvante" em sua estréia em novelas. A trama também deu a vitória a Denise Saraceni na categoria "Melhor Diretor".
Em Senhora do Destino, brilhou José Wilker, eleito "Melhor Ator" com o impagável Giovanni Improtta. A dobradinha de Renata Sorrah e Leandra Leal, que vivem se enfrentando como a vilã Nazaré e a justiceira Cláudia, também rendeu frutos às duas atrizes, eleitas, respectivamente, "Melhor Atriz" e "Melhor Atriz Coadjuvante".
NOVELA
Melhor: Cabocla
Com enredo simples e nenhuma modificação significativa em relação à história original, Cabocla, de Benedito Ruy Barbosa, conquistou o público das 18h e 70% dos votos. Como na primeira vez em que foi exibida, em 1979, o romance de Zuca com o "doutorzinho" Luís Jerônimo foi ofuscado pela história de amor "à la Romeu e Julieta" de Neco e Belinha, papéis de Danton Mello e Regiane Alves. Em parte, devido à bem-explorada pendenga política entre os pais dos "pombinhos", os coronéis Justino e Boanerges, magistralmente interpretados por Mário Mendonça e Tony Ramos.
Pior: Metamorphoses
Animada com a bem-sucedida parceria com a produtora Casablanca em Turma do Gueto, a Record não economizou pompa no lançamento de Metamorphoses. A propaganda fez efeito: a novela estreou com 14 pontos de Ibope, num domingo. Não demorou, no entanto, para que a máfia japonesa, as sanguinolentas cenas de cirurgias plásticas e o pouco crível transplante de face da personagem central afugentassem o público.
Com índices em torno de dois pontos, a novela foi totalmente reformulada, abrindo espaço para o humor. Mas a "intervenção de emergência" foi em vão: a novela foi finalizada às pressas e merecidamente conquistou 95% dos votos como "Pior Novela".
NOVELA ESTRANGEIRA
Melhor: Morangos com Açúcar Espécie de Malhação lusitana, Morangos com Açúcar ficou abaixo das expectativas da Band, que esperava incrementar sua audiência vespertina, mas conquistou 46% dos eleitores.
A novelinha, que ainda faz sucesso em Portugal, limita-se a acompanhar os encontros e desencontros típicos do universo adolescente. Mas, pelo menos, passa bem longe do padrão melodramático das novelas hispânicas exibidas por aqui.
O belo protagonista, João Catarré, era a maior atração da história, mais explorado em seus atributos físicos que na capacidade de interpretação.
Pior: Gata Selvagem
Depois da boa repercussão da colombiana Betty, a Feia, a Rede TV! resolveu investir nas enlatadas, mas o resultado não chegou nem perto da bem-humorada história da heroína feiosa.
Com Pedro, o Escamoso, a emissora abocanhou o título de "Pior Novela Estrangeira" na edição do ano passado. E conquistou o bicampeonato este ano com Gata Selvagem, eleita com 85% dos votos.
Como boa lutadora que era, a mocinha Rosaura deixou para trás não só as hordas de vilões maquiavélicos que a perseguiam, mas também a concorrência da não menos pior Paixões Ardentes, que a emissora tirou do ar antes do fim.
ATRIZ REVELAÇÃO
Maria Flor
O público já conhecia Maria Flor do "folheteen" Malhação, no qual ela passou uma temporada como a "clubber" Rê. Mas foi em Cabocla que a atriz pôde mostrar um pouco mais de seu trabalho, sobretudo nas inúmeras cenas dramáticas da sofrida Tina. Aos 21 anos, ela não economizou esforços no papel. Ao saber que o diretor Ricardo Waddington pretendia testá-la para a personagem, tratou de dizer a ele que se sentia plenamente capaz de dar conta do recado. Pelo jeito, ela estava certa - ao menos é o que comprovam 68% dos eleitores.
ATOR REVELAÇÃO
Guilherme Weber
Depois de 12 anos de trabalho ininterruptos nos palcos, com a reconhecida Sutil Companhia de Teatro, Guilherme Weber estreou em novelas com o surtado Tony, em Da Cor do Pecado.
O maquiavélico personagem foi colocando as manguinhas de fora aos poucos - no início, tinha pinta de galã mal-intencionado, mas evoluiu para a loucura desbragada e abocanhou 38% dos votos.
Apesar dos riscos, Guilherme conseguiu evitar a caricatura e chegou a se surpreender com algumas cenas de Tony, como na que terminou de cuecas no meio de uma favela, numa vingança da personagem de Giovanna Antonelli.
ATOR
Melhor: José Wilker
O amor de Giovanni Improtta por Maria do Carmo, a "mocinha" de Senhora do Destino, não era para passar da fase platônica. Mas, graças à simpatia do público pelo personagem de José Wilker, o autor Aguinaldo Silva já está abrindo caminho para que o hilário ex-bicheiro "a conquiste-a", como ele próprio diria, no linguajar que se tornou sua mais marcante característica.
O talento de Wilker para a criação de tipos carismáticos conquistou 46% da preferência dos votantes.
Logo atrás vem Tony Ramos, que ganhou 44% dos votos com seu não menos simpático Coronel Boanerges, de Cabocla.
Pior: Ricardo Macchi e Marcos Paulo Quando o público finalmente parecia superar a lembrança do robótico cigano Igor, de Explode Coração, Ricardo Macchi voltou à tevê na fracassada Metamorphoses, como o interesseiro "caça-dotes" Ângelo.
A ainda pouco expressiva interpretação do ator garantiu a ele 46% dos votos - mas, certamente, o eterno fantasma cigano tem boa dose de responsabilidade nesta "conquista".
Já Marcos Paulo ganhou exatamente o mesmo percentual de votos ao tentar reviver seu passado de galã com o insosso Miguel Arcanjo de Começar de Novo. O personagem não decolou, assim como a novela, que tem passado por uma série de modificações sem conseguir encontrar o tom.
ATRIZ
Melhor: Renata Sorrah
O autor Aguinaldo Silva diz ter se inspirado no gato Tom, do desenho animado Tom & Jerry, para criar a surtada Nazaré, de Senhora do Destino. Tudo porque as armações da ladra de criancinha vivem dando errado, mesmo com o fim da novela ainda distante.
O fato é que a vilã é divertida, sensual e surpreendente tanto quando as coisas caminham como ela planeja quanto nas vezes em que se dá mal. Esbanjando talento, Renata Sorrah conquistou 85% dos votos com sua atuação na trama - segundo ela, inspirada pela dramática Medéia, personagem da tragédia grega de mesmo nome que ela estava interpretando no teatro quando a novela começou.
Pior: Vanessa Lóes
A tarefa de Vanessa Lóes em Metamorphoses era, no mínimo, arriscada. A atriz começava a trama como a jovem e determinada Lia e, depois de um transplante facial, "virava" a bem-sucedida médica Circe, perseguida pela máfia japonesa. Desmemoriada, reaprendia a viver como Lia para depois descobrir que, na verdade, era a outra.
Na confusão em que se transformou a trama, Vanessa se perdeu junto e acabou saindo da novela com boa parte do elenco original antes da tentativa de "salvação" da história. Mas não escapou de ser eleita a pior atriz do ano, com a "preferência" de 72% dos eleitores.
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Matheus Nachtergaele
Bastante conhecido do público graças à participação em projetos especiais, sobretudo O Auto da Compadecida, Matheus Nachtergaele resistia à idéia de fazer novelas. Só aceitou interpretar Pai Helinho em Da Cor do Pecado porque já conhecia o autor João Emanuel Carneiro do cinema.
Mas, pelo menos pelo que se viu na telinha, o ator parece ter se divertido bastante na pele do falso vidente, que acabou ganhando uma espécie de "novela à parte" em seu núcleo no Maranhão.
As hilárias cenas em que Helinho se assustava com as manifestações sobrenaturais garantiram ao ator 82% dos votos.
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Leandra Leal
A entrada de Leandra Leal em Senhora do Destino não foi nada fácil. Logo em sua primeira cena, Cláudia voltava para casa e recebia a notícia da suspeitíssima morte do pai. Depois, vieram inúmeras cenas de choro e discussões homéricas com a maquiavélica Nazaré.
Mas a atriz deu conta de tudo isso e ainda de transformar a inicialmente arredia personagem em uma típica mocinha apaixonada.
A simpatia do público levou o autor da trama a aumentar a participação da atriz na descoberta das tramóias de Nazaré. E Leandra abocanhou nada menos que 92% dos votos como melhor atriz coadjuvante.
AUTOR
Melhor: Edmara e Edilene Barbosa
Habituais colaboradoras de Benedito Ruy Barbosa em suas tramas, as filhas Edmara e Edilene ganharam status de primeiras-autoras em Cabocla. Mas a tarefa não era das mais exigentes. Afinal, a trama deveria ser apenas adaptada da original, escrita pelo autor em 1979.
Fiéis ao estilo do pai, as autoras resistiram à tentação de inventar mais que o necessário e conquistaram excelentes índices de audiência para o horário das 18h, ao contrário do que aconteceu com "remakes" anteriores, como Irmãos Coragem e Pecado Capital. Ganharam 35% da preferência dos eleitores.
Pior: Arlette Siaretta e Letícia Dornelles
O intrincado argumento de Arlette Siaretta para Metamorphoses passou pelas mãos de Mário Prata e José Louzeiro antes de ser desenvolvido pela própria sócia da produtora Casablanca.
Nos dois casos, houve desentendimentos em relação a radicais mudanças nos textos dos autores. O resultado foi a caótica mistura da máfia japonesa com os intermináveis closes em procedimentos de cirurgias plásticas, que definitivamente não conquistou o público.
Quando os "sinais de vida" da novela entraram em colapso, Letícia Dornelles foi convocada para tentar um "procedimento de emergência" na trama. Mas já era tarde demais e a autora acabou conquistando, ao lado de Arlette, 98% dos votos.
DIRETOR
Melhor: Denise Saraceni
Se há uma coisa que não faltou em Da Cor do Pecado foi ritmo. E, graças à diretora Denise Saraceni, eleita com 30% dos votos, a novela não perdeu o fôlego nem criou barriga em seus longos meses de exibição.
A trama de João Emanuel Carneiro tinha vários núcleos com histórias bem-definidas e distintas, como a trupe da Mamuska Edilásia, a "quadrilha" de Eduardo e Verinha e o "quartel-general" de Pai Helinho.
A repercussão foi tão boa que o romance de Paco e Preta viveu até seus dias de coadjuvante. A diretora teve de dar conta de várias novelas em uma e conquistou 38% da preferência dos eleitores.
Pior: Tizuka Yamasaki
O nome de Tizuka Yamasaki foi apontado por vários atores de peso que entraram no elenco de Metamorphoses como o principal motivo para o "sim" ao convite.
A conceituada diretora, responsável por minisséries como O Pagador de Promessas e A Madona de Cedro, da Globo, e a novela Kananga do Japão, da Manchete, nem ficou até o final da trama, que chegou ao fim sob a batuta de Pedro Siaretta, um dos sócios da produtora Casablanca.
Mas a aura de fracasso que contagiou a produção se abateu também sobre Tizuka, que foi lembrada por 73% dos eleitores.
SÉRIES E SERIADOS NACIONAIS
Melhor: Cidade dos Homens
Amparada no sucesso de Cidade de Deus, a produtora O2 Filmes, de Fernando Meirelles, inovou ao mostrar o dia-a-dia do morro no seriado Cidade dos Homens. A estréia foi em 2002, como especial pelo Dia da Criança. Pela primeira vez, as apresentadoras louras de cabelos escorridos davam espaço a heróis da vida real - dois meninos negros, com cabelo pixaim e conflitos como a tentação do dinheiro fácil do tráfico e a violência nas favelas.
Ao longo de dois anos, Laranjinha e Acerola cresceram, assim como seus problemas e a simpatia do público por eles. Cidade dos Homens foi eleito com 98% dos votos.
Pior: Meu Cunhado
Depois de encomendar a Moacyr Franco uma adaptação do seriado mexicano Mi Cuñado, Silvio Santos adiou o programa por nada menos que três anos.
A "indecisão" acabou contribuindo para o caráter "trash" do programa estrelado por Moacyr e Ronald Golias. Para começar, o próprio Moacyr reconheceu que muitas das piadas envelheceram.
Como 52 episódios já estavam gravados, o jeito foi dublar algumas cenas. Mas pior mesmo foi a solução encontrada para substituir Guilhermina Guinle, que saiu do projeto. Sua personagem, Simone, faz uma cirurgia plástica e se transforma em Luiza Thiré. Por essas e outras, o programa conquistou 68% dos votos.
ENLATADOS
Melhor: Friends Há dois anos sem aparecer entre os melhores, Friends voltou a conquistar a simpatia do público. A série americana, que vai ao ar no SBT, venceu apertado - foram 33% dos votos, contra 30% de 24 Horas, exibida pela Globo.
Contando com bom humor o dia-a-dia de seis inseparáveis amigos cheios de manias estranhas, a "sitcom" já tinha sido eleita duas vezes consecutivas, na época em que era exibida pela Rede TV!.
Este ano, o sucesso foi incensado pelo mais que comentado fim do programa nos Estados Unidos. Pouco tempo depois, os atores se encontraram novamente para a gravação de um episódio especial, que sela definitivamente os destinos dos personagens.
Pior: "Chaves"
O abobalhado personagem criado por Roberto Bolaños nos anos 70 permanece um fenômeno difícil de ser explicado.
Sílvio Santos bem que tentou tirar Chaves do ar. Mas o poder da audiência acabou falando mais alto. Com índices em torno dos 10 pontos de audiência, o seriado ganhou até movimentos organizados de telespectadores exigindo seu retorno à grade do SBT. O programa voltou ao ar e ao rol dos piores do ano. Depois de uma seqüência de anos como o vencedor na categoria - interrompida no ano passado, quando o "vitorioso" foi Oz -, o programa conquistou 62% dos votos.
Fonte:
TV Press
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/362410/visualizar/
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