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Cidades/Geral
Sábado - 25 de Dezembro de 2004 às 12:17
Por: Daniele Danchuva

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O diretor metropolitano da Polícia Civil, Milton Teixeira, afirmou ontem, para a reportagem da Folha do Estado, que não há proibição com relação ao acesso aos boletins de ocorrência, apenas cautela para não acarretar problemas judiciais, tanto para os delegados como para os próprios jornalistas. “Essa decisão não saiu da diretoria, mas dos delegados que estão preocupados com a veiculação incorreta das ocorrências”, completou.

“No boletim de ocorrência está um crime que pode não ser verídico e não é um documento totalmente público, por isso nos preocupamos”, salientou o delegado.

Teixeira afirmou ainda que os delegados estarão à disposição para esclarecer qualquer fato que seja de interesse jornalístico e que possa ser repassado. “Mas por enquanto não há a possibilidade de olhar diretamente os BOs”, completou.

O diretor metropolitano disse, ainda, que há a intenção da Polícia Civil de se realizar um seminário para reunir policiais e jornalistas com o objetivo de discutir o assunto, “de forma que a não ferir a constituição e também não entrar em conflito. Precisamos discutir uma melhor forma para que os boletins de ocorrência sejam melhor divulgados, aprimorando, rompendo barreiras e evitando problemas”.

Segundo Teixeira, os delegados estão preocupados, pois já sofreram penalidades judiciais por causa da publicação de informações incorretas, colhidas em boletins de ocorrência.

O titular da Delegacia Metropolitana de Cuiabá, delegado Amilton Camargo, é taxativo: “as pessoas procuram a polícia para denunciar e não para dar publicidade aos fatos”.

Ele defende a proibição à imprensa do acesso aos boletins de ocorrência como forma de garantir a inviolabilidade da privacidade das partes envolvidas. “O Boletim de Ocorrências é pessoal e não de interesse público”, acrescenta o delegado.

Outra preocupação de Amilton Camargo é com o fato dos veículos de comunicação estarem divulgando denúncias que, depois de investigadas, revelam que o acusado é inocente.

“Muitas denúncias que chegam à central de ocorrências não são verdadeiras”, explica o delegado, frisando que essa não foi uma decisão sua e nem da diretoria da Polícia Civil de Mato Grosso, pois na sua opinião essa medida já devia ter sido adotada anteriormente.

“Boletim de Ocorrência não é mesmo para ser divulgado”, finalizou, ressaltando que apenas os flagrantes estão à disposição dos veículos de comunicação para divulgação.

Na Delegacia Metropolitana, os atendentes da central de ocorrências estão proibidos de fornecer os BOs para a imprensa há cerca de dois meses. (Com Sandra Carvalho)




Fonte: Folha do Estado

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