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Sábado - 25 de Dezembro de 2004 às 10:26

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Michael Phelps tem sorte por ter sido abençoado com ombros mais largos e envergadura dos braços como a das asas de um jumbo. Isso permite não somente que nade como um peixe, mas também ajuda a carregar as próprias expectativas. O jovem norte-americano foi destinado a ser o centro da atenção nas Olimpíadas de Atenas desde o momento em que anunciou que tentaria ser melhor do que Mark Spitz, que ganhou sete medalhas de ouro em Munique, em 1972.

Era um objetivo que quase todo mundo achava que fracassaria. Até mesmo Phelps tinha suas dúvidas e tentava aliviar a situação dizendo que ficaria satisfeito com um ouro, e a promessa de 1 milhão de dólares em bônus apenas aumentou o peso da expectativa.

Os pessimistas no final tinham razão e Phelps, que tem 1m94 de altura e quase 2 metros de envergadura, não conseguiu o objetivo, apesar de não ter perdido admiradores. Ele terminou com seis ouros e dois bronzes, igualando o recorde de 1980 do ginasta soviético Alexander Dityatin de maior número de medalhas nos mesmos Jogos.

"Eu queria fazer algo que ninguém tivesse feito na natação", disse Phelps. "Preferia ser o primeiro Michael Phelps do que o próximo qualquer outro. Para mim, seis ouros e oito medalhas no total foi um resultado perfeito."

Phelps, 19, ganhou as finais individuais de nado medley e borboleta, além de dois ouros no revezamento. Ele pegou um bronze nos 200 metros livres, atrás de Ian Thorpe e Pieter van den Hoogenband, e outro no revezamento livre 4x100m, vencido de surpresa pela África do Sul.

Ele quebrou o próprio recorde nos 400 metros medley e nadou forte até o final, ganhando do companheiro de equipe Ian Crocker na final dos 100 metros borboleta.

Ele pode ter perdido o bônus de 1 milhão de dólares, mas seu desempenho significa que pode ganhar 50 vezes mais em patrocínios, apesar de ter perdido a "santidade" ao ser preso dirigindo alcoolizado em Baltimore.

LARGADA

Ninguém chegou perto de igualar seu número de medalhas de ouro na piscina de Atenas, mas Thorpe também impressionou com dois ouros, uma prata e um bronze.

Thorpe, que ganhou três ouros e duas pratas aos 17 anos de idade nas Olimpíadas de Sydney, defendeu com sucesso seu título dos 400 metros livre depois de meses de angústia. Ele foi desclassificado da prova depois de queimar uma largada na seletiva australiana e a chance de nadar a prova voltou somente depois que seu amigo Craig Stevens cedeu a vaga voluntariamente.

Ele produziu então uma demonstração genial de velocidade e tática e ganhou de Phelps e de Van den Hoogenband na final dos 200 metros livre, e levou o bronze nos 100 metros livre. Ele então tornou-se o primeira homem desde Charles Daniels, em 1904, a ganhar medalhas nos 100, 200 e 400 metros na mesma Olimpíada.

"No meu livro ele é potencialmente o melhor nadador que o mundo já viu", disse o ex-técnico australiano Don Talbot.

"Não acho que já esteja lá, mas ele pode ganhar de novo em Pequim e então provavelmente o título terá que ser dado a ele."

Van den Hoogenband teve algum consolo ao manter o título dos 100 metros que havia ganho em Sydney. Sua companheira de equipe holandesa Inge de Bruijn defendeu com sucesso a coroa dos 50 metros livre, depois de fracassar em repetir o desempenho de três medalhas de ouro da Olimpíada anterior.

Jodie Henry, da Austrália, ficou com o título de melhor nadadora em Atenas. Ela quebrou o recorde mundial dos 100 metros livre e ajudou a marcar recordes mundiais em dois revezamentos, terminando com três medalhas de ouro.

Sua companheira de equipe Petria Thomas também ganhou três ouros, dois em revezamentos e outro nos 100 metros borboleta, depois de anos de contusões e derrotas no final.




Fonte: Reuters

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