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Internacional
Sexta - 24 de Dezembro de 2004 às 22:02

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Apesar das recentes advertências feitas pelo presidente George W. Bush ao Irã e à Síria para que não intervenham no Iraque, os Estados Unidos não parecem estar dispostos a aprovar novas sanções contra estes países.

Bush acusou na semana passada Teerã e Damasco de ingerência na política interna iraquiana, denunciando a entrada de rebeldes no Iraque através das fronteiras comuns aos três países.

"Continuaremos afirmando claramente, tanto à Síria quanto ao Irã, que sua ingerência nos assuntos internos do Iraque não é conveniente", declarou o presidente americano ao receber na Casa Branca o dirigente italiano Silvio Berlusconi.

Bush reiterou sua advertência na segunda-feira. "Já enviamos mensagens à Síria no passado, e continuaremos a fazê-lo. Temos ferramentas de convencimento a nossa disposição, que vão de instrumentos diplomáticos à pressão econômica. Nada está descartado", avisou então o presidente dos Estados Unidos.

No entanto, altos representantes americanos informaram que não se estudava por enquanto nenhuma nova sanção além das já aprovadas em maio passado.

porta-voz do departamento de Estado, Richard Boucher, ressaltou que o governo americano examinava constantemente a "Syria Accountability Act" - Lei de Controle da Síria -, vigente desde o dia 11 de maio e que impõe sanções econômicas a Damasco, mas que por enquanto não havia "nada de novo".

Os americanos negaram que os sírios tenham dado sinais de que estão colaborando, ao reforçar os controles nas fronteiras e sobre os movimentos de fundos suscetíveis de beneficiar os rebeldes no Iraque.

Em virtude desta lei, Washington pode tomar medidas suplementares, como a de reduzir a representação diplomática americana em Damasco ou a de restringir a liberdade de circulação dos diplomatas sírios no território americano.

No entanto, o governo de Bush não parece ter pressa para aplicar tais medidas, que poderiam culminar com uma ruptura total das relações entre Washington e Damasco, pondo em perigo a atual colaboração entre Estados Unidos e Síria.

"Neste momento, não há discussões sobre a possibilidade de aprovar novas sanções", declarou um alto funcionário americano, que não quis ser identificado.

Porém, Washington continua aumentando a pressão verbal. O subsecretário de Estado, Richard Armitage, afirmou na quarta-feira a jornalistas árabes que esperava "dias melhores com a Síria", mas ressaltou que "tudo depende do presidente sírio, Bachar al-Assad".

Em se tratando do Irã, país qualificado pelo ministro iraquiano da Defesa como "o maior inimigo do Iraque", a margem de manobra dos americanos também parece muito estreita.

As primeiras sanções contra Teerã datam de 1979, depois da tomada de reféns na embaixada americana. Durante as duas décadas seguintes, todos os intercâmbios entre ambos países foram proibidos.

Até mesmo o presidente Bush, que procura reter a todo custo as ambições nucleares da República Islâmica, admitiu que Washington não tinha "muitas maneiras de atuar contra o Irã".

"Frente à situação iraniana, conto com outros para enviar uma mensagem. Integramos um movimento universal" para conseguir este desarmamento no Irã, acrescentou então o presidente americano.





Fonte: A critica

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