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Fundos têm fuga de capital de R$ 1,5 bilhão em abril
Os fundos brasileiros de investimentos fecharam o mês de abril com uma fuga de R$ 1,5 bilhão, a maior desde setembro de 2002, véspera da eleição do presidente Lula, quando os resgates atingiram R$ 3,2 bilhões.
Os investidores redobraram a cautela, no mês passado, por causa das preocupações com uma alta dos juros nos EUA antes do previsto e dúvidas sobre o ritmo de crescimento da economia brasileira. "Em abril, houve uma reviravolta na indústria de fundos. O mercado parou para ajustes nas carteiras", afirmou o sócio do Fortuna, Marcelo D'Agosto.
Foi a primeira vez desde dezembro de 2002 que os fundos brasileiros encerram um mês com saldo negativo de captações. No acumulado do ano, os fundos ainda registram entrada de R$ 19 bilhões.
"No fim do ano passado, era tido como certo o crescimento de 3,5% ou mais da economia brasileira em 2004. Com os problemas políticos do governo, o desemprego recorde e as incertezas no cenário externo, o mercado reviu para baixo suas projeções", afirma D'Agosto.
As maiores saídas de recursos em abril atingiram os fundos DI (R$ 1,9 bilhão), de ações (R$ 448 milhões) e multimercados (R$ 395 milhões).
Na contramão, registraram ingresso de recursos os fundos de renda fixa (R$ 140 milhões), de previdência (R$ 583 milhões) e de curto prazo (R$ 314 milhões).
Segundo o sócio do Fortuna, os fundos de ações começaram a registrar resgates superiores aos depósitos em fevereiro passado, quando eclodiu a crise política no Planalto com o caso Waldomiro Diniz, o que acabou afugentando alguns investidores estrangeiros.
"A maioria dos brasileiros não investe em ações, porque acha que a Bolsa é um cassino. São os estrangeiros que seguram o fluxo de recursos. Quando eles saem, o mercado sofre", afirma D'Agosto.
Já os resgates nos fundos DI, compostos por títulos pós-fixados, foram motivados pelas bruscas oscilações nas cotas, um reflexo da queda dos preços das LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, títulos pós-fixados) de vencimento mais longo (2008 e 2009). "Não há mais interesse do mercado em carregar LFTs de prazo longo, com Desconfiança
A desvalorização desses papéis reflete um maior grau de desconfiança do mercado sobre o que pode ocorrer na economia no longo prazo.
Em abril, alguns analistas citaram o risco de uma mudança na política econômica do governo Lula com a adoção de medidas populares, o que tende a desagradar os credores da dívida do país.
"No ano passado, os fundos foram favorecidos pelo processo de recuperação da confiança externa no governo, que trouxe de volta os pequenos e grandes investidores ao mercado. Agora, é o momento de uma reavaliação", afirmou D'Agosto.
Em 2003, a indústria de fundos registrou a maior captação positiva de sua história (R$ 60 bilhões).
A expectativa de uma alta do juro nos Estados Unidos motivou, em abril, o rebaixamento dos títulos brasileiros por bancos estrangeiros, provocando a disparada do risco-país e do dólar, e a baixa das ações na Bovespa.
O risco de um freio no crescimento da China, terceiro maior parceiro comercial do país, também deixa o mercado em alerta.
Os investidores redobraram a cautela, no mês passado, por causa das preocupações com uma alta dos juros nos EUA antes do previsto e dúvidas sobre o ritmo de crescimento da economia brasileira. "Em abril, houve uma reviravolta na indústria de fundos. O mercado parou para ajustes nas carteiras", afirmou o sócio do Fortuna, Marcelo D'Agosto.
Foi a primeira vez desde dezembro de 2002 que os fundos brasileiros encerram um mês com saldo negativo de captações. No acumulado do ano, os fundos ainda registram entrada de R$ 19 bilhões.
"No fim do ano passado, era tido como certo o crescimento de 3,5% ou mais da economia brasileira em 2004. Com os problemas políticos do governo, o desemprego recorde e as incertezas no cenário externo, o mercado reviu para baixo suas projeções", afirma D'Agosto.
As maiores saídas de recursos em abril atingiram os fundos DI (R$ 1,9 bilhão), de ações (R$ 448 milhões) e multimercados (R$ 395 milhões).
Na contramão, registraram ingresso de recursos os fundos de renda fixa (R$ 140 milhões), de previdência (R$ 583 milhões) e de curto prazo (R$ 314 milhões).
Segundo o sócio do Fortuna, os fundos de ações começaram a registrar resgates superiores aos depósitos em fevereiro passado, quando eclodiu a crise política no Planalto com o caso Waldomiro Diniz, o que acabou afugentando alguns investidores estrangeiros.
"A maioria dos brasileiros não investe em ações, porque acha que a Bolsa é um cassino. São os estrangeiros que seguram o fluxo de recursos. Quando eles saem, o mercado sofre", afirma D'Agosto.
Já os resgates nos fundos DI, compostos por títulos pós-fixados, foram motivados pelas bruscas oscilações nas cotas, um reflexo da queda dos preços das LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, títulos pós-fixados) de vencimento mais longo (2008 e 2009). "Não há mais interesse do mercado em carregar LFTs de prazo longo, com Desconfiança
A desvalorização desses papéis reflete um maior grau de desconfiança do mercado sobre o que pode ocorrer na economia no longo prazo.
Em abril, alguns analistas citaram o risco de uma mudança na política econômica do governo Lula com a adoção de medidas populares, o que tende a desagradar os credores da dívida do país.
"No ano passado, os fundos foram favorecidos pelo processo de recuperação da confiança externa no governo, que trouxe de volta os pequenos e grandes investidores ao mercado. Agora, é o momento de uma reavaliação", afirmou D'Agosto.
Em 2003, a indústria de fundos registrou a maior captação positiva de sua história (R$ 60 bilhões).
A expectativa de uma alta do juro nos Estados Unidos motivou, em abril, o rebaixamento dos títulos brasileiros por bancos estrangeiros, provocando a disparada do risco-país e do dólar, e a baixa das ações na Bovespa.
O risco de um freio no crescimento da China, terceiro maior parceiro comercial do país, também deixa o mercado em alerta.
Fonte:
Folha do Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/362611/visualizar/
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