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Mercado vê ata do Copom dura demais
Os economistas de instituições financeiras qualificaram a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada no início da manhã de ontem como uma sinalização de que a taxa de juros ainda pode sofrer novos ajustes no primeiro trimestre de 2005. Até quarta-feira, parte do mercado acreditava na tese da "parada técnica": após uma série de apertos da política monetária, e com a evolução favorável das expectativas inflacionárias, a taxa básica seria mantida pelo menos até o final do primeiro semestre antes de começar a recuar.
Uma parcela do mercado também apostava em nova alta de 0,25 ponto percentual em janeiro, como uma transição gradual para um período de estabilidade da taxa Selic. Esta tese da "parada técnica", pela menos numa primeira leitura da ata, cai por terra, na ótica desses economistas. "A ata veio bem mais dura do que qualquer um poderia imaginar", afirma Alexandre Póvoa, economista-chefe da Modal Asset Management. "O BC reafirmou o propósito de buscar a meta de 5,1% já ajustado. Eu acho que foi isso que prendeu o mercado hoje", diz Paulo de Sá Pereira, estrategista-chefe da Sul América Investimentos.
Para o economista da Modal, houve um erro dos membros do Comitê ao entregar, na ata anterior, uma visão otimista demais sobre a evolução da economia brasileira e, para corrigir os rumos do mercado, que "comprou" esse discurso, "carregaram nas tintas até demais", diz Póvoa. Ele afirma que os núcleos de inflação (que retira os preços mais voláteis do cálculo do indicador) continuam muito altos, projetando uma inflação de pelo menos 6% para o próximo ano, o que já serviria para contrariar a percepção otimista do mercado. Nesse sentido, o discurso contido na ata foi justamente para chamar a atenção para esses riscos.
A grande questão é que, agora, o país atravessa uma inflação realmente de demanda, provocada por uma demanda maior dos consumidores e pela recomposição de margens de parte dos agentes econômicos. "O que as pessoas esquecem é que você pode ter inflação mesmo com o câmbio caindo e com o preço do petróleo caindo", diz o economista da Modal. Na visão do mercado, boa parte das variáveis da economia vistas de forma positiva na ata anterior foram revertidas no texto de ontem.
Uma parcela do mercado também apostava em nova alta de 0,25 ponto percentual em janeiro, como uma transição gradual para um período de estabilidade da taxa Selic. Esta tese da "parada técnica", pela menos numa primeira leitura da ata, cai por terra, na ótica desses economistas. "A ata veio bem mais dura do que qualquer um poderia imaginar", afirma Alexandre Póvoa, economista-chefe da Modal Asset Management. "O BC reafirmou o propósito de buscar a meta de 5,1% já ajustado. Eu acho que foi isso que prendeu o mercado hoje", diz Paulo de Sá Pereira, estrategista-chefe da Sul América Investimentos.
Para o economista da Modal, houve um erro dos membros do Comitê ao entregar, na ata anterior, uma visão otimista demais sobre a evolução da economia brasileira e, para corrigir os rumos do mercado, que "comprou" esse discurso, "carregaram nas tintas até demais", diz Póvoa. Ele afirma que os núcleos de inflação (que retira os preços mais voláteis do cálculo do indicador) continuam muito altos, projetando uma inflação de pelo menos 6% para o próximo ano, o que já serviria para contrariar a percepção otimista do mercado. Nesse sentido, o discurso contido na ata foi justamente para chamar a atenção para esses riscos.
A grande questão é que, agora, o país atravessa uma inflação realmente de demanda, provocada por uma demanda maior dos consumidores e pela recomposição de margens de parte dos agentes econômicos. "O que as pessoas esquecem é que você pode ter inflação mesmo com o câmbio caindo e com o preço do petróleo caindo", diz o economista da Modal. Na visão do mercado, boa parte das variáveis da economia vistas de forma positiva na ata anterior foram revertidas no texto de ontem.
Fonte:
Folha do Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/362628/visualizar/
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