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Sexta - 24 de Dezembro de 2004 às 11:49

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O Ministério Público Estadual denunciou ontem o advogado José Marcílio Donegá e o agricultor Wilson Rubim do Amaral, por corrupção ativa. Os dois são acusados de ter oferecido vantagem indevida a policiais militares para evitar a prisão de Benedito Romão de Oliveira que, além de ter sido detido portando arma de fogo, responde a processo crime com condenação de 22 anos pela prática de homicídio qualificado. De acordo com a denúncia, o episódio aconteceu no dia 1 de agosto de 2004. Na ocasião, uma equipe da Polícia Militar, formada pelo tenente Juliano Paulo de Athayde e os soldados Wagner Francisco da Silva e João da Silva Nascimento, abordou o cidadão Benedito Romão de Oliveira, que estava em atitude suspeita em uma moto Honda sem placa, em evidente estado de campana, ou seja, de possível emboscada.

No momento da abordagem, segundo o MP, Benedito Romão de Oliveira atendeu ao celular e começou a balbuciar, ocasião em que o tenente Juliano Paulo Athayde interrompeu o diálogo e tomando o telefone, informou ao interlocutor que o mesmo seria conduzido à autoridade policial civil.

Conforme a denúncia, nesse momento o tenente recebeu a proposta de pagamento de uma quantia entre R$ 2 mil a R$ 3 mil, caso o detido não fosse encaminhado à autoridade policial. No inquérito foi verificado que das 9h26 às 12h21, período em que os policiais estiveram com Benedito Romão de Oliveira, foram recebidas 22 ligações de um mesmo celular. Todas com o mesmo objetivo: convencer e acertar o local para entrega do dinheiro aos policiais.

“É importante registrar que o comando superior, na pessoa do coronel Fernandes, autorizou a guarnição militar a manter as negociações com os agentes corruptores, com o fim de apurar a identidade dos mesmos e tentar prendê-los em flagrante”, diz a denúncia.

Os responsáveis pelas ligações, segundo o MP, foram o advogado José Marcílio Donegá e o agricultor Wilson Rubim do Amaral. Para chegar aos autores da proposta, a autoridade policial contou uma série de evidências.

A primeira delas foi o fato do advogado ter sido detido no momento da entrega do dinheiro, em uma lanchonete próxima a Universidade de Cuiabá. Na ocasião, Donegá chegou a ser levado à delegacia mas acabou sendo liberado. “A versão montada pelos denunciados que foi impingida à sociedade, buscando enredá-la na teia nefasta de ambos, foi totalmente desmascarada”, ressaltou a titular da Promotoria de Defesa da Administração Pública e da Ordem Tributária, Ana Cristina Bardusco Silva, em um trecho da denúncia.

A autoridade policial também constatou, durante as investigações, que o telefone celular utilizado nas “negociações” estava com Donegá. Foi comprovado que os envolvidos possuíam ligações. Antes mesmo de Benedito Romão de Oliveira ter sido detido, foi verificado o registro de oito ligações telefônicas realizadas entre ambos.




Fonte: Folha do Estado

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