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Cidades/Geral
Quinta - 23 de Dezembro de 2004 às 18:16
Por: Raquel Teixeira

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Buscando estruturar e promover a integração e melhoria da qualidade de vida das etnias que vivem em Mato Grosso, o Governo do Estado está executando obras de infra-estrutura viária e habitacional e cursos que servem a diversas comunidades, sempre de acordo com a necessidade de cada uma e respeitando a cultura e identidade indígenas.

Os índios receberam do Governo uma balsa totalmente reformada, utilizada no transporte de materiais, mercadorias e para o deslocamento entre as aldeias. A balsa, cuja reforma custou R$ 145 mil, tem 22 metros de comprimento, sete metros de largura, e 1,10 metros de altura. Tem também um rebocador Mercedes com capacidade de 60 toneladas. Esta balsa era utilizada há mais de 20 anos pelos índios e foi substituída pela nova balsa entregue em novembro do ano passado, tem capacidade de 300 toneladas e está atendendo aos usuários da BR-080 na travessia do Rio Xingu, principalmente para o escoamento da produção.

Na aldeia Tuba Tuba, da etnia Juruna, o Governo está construindo uma escola, obra que está entre as dez escolas que estão sendo erguidas em reservas indígenas. Esta escola está sendo construída em parceria com a prefeitura de São José do Xingu, e tem duas salas de aula, videoteca, biblioteca, cantina e outras dependências. Serão atendidas 42 crianças. "A escola é importante. Podemos ali aprender a cultura do branco, assim como também queremos ensinar nossos costumes", disse Megaron. Em São José do Xingu, às margens da MT-412, também está sendo construído um Centro de Convivência para receber os grupos indígenas que visitam a cidade. O centro serve ainda como alojamento para os estudantes das aldeias que estudam no município.

O Governo está executando também a construção de 20 casas na reserva Sangradouro, representando um investimento de R$ 15 mil em cada unidade. As casas construídas em madeira, possuem formato cilíndrico, contornada por uma varanda com banheiro externo e têm 62 m². A origem do modelo padrão se deu a partir de uma Missão Salesiana, que desenvolveu o estilo com base nas conhecidas "ocas", em formato circular e cobertura de palha.

Além de Sangradouro, a Secretaria de Infra-Estrutura (Sinfra) está construindo outras 80 unidades habitacionais contemplando comunidades do Xingu, da reserva do Parecis, no município de Campo Novo do Parecis, e da Aldeia Xavante Nossa Senhora da Graça, em General Carneiro.

Outras obras de infra-estrutura viária estão sendo que realizadas em diversas áreas indígenas, com a recuperação e abertura de estradas e construção de pontes. Já foram construídos mais 80 metros de novas pontes de madeira, atendendo a reivindicações das comunidades. Aldeias parecis, no Município de Campo Novo do Parecis (396 km a Noroeste) receberam três pontes de madeira sobre os rios Kotitiko, Sacre I e Sacre II.

Outros 60 km de estradas estão sendo abertos na reserva xavante São Marcos, em Barra do Garças, além da construção de uma ponte de madeira com 36 metros de extensão sobre o córrego Berreiro, já concluída. A obra, no valor de aproximadamente R$ 70 mil, ligará a BR-070 à aldeia Nossa Senhora de Guadalupe, numa extensão de 28 quilômetros. Hoje, para chegar à aldeia, os índios precisam dar uma volta de aproximadamente 180 km.

No Vale do Xingu, nove pontes de madeira estão passando por reformas e outras sendo construídas. Uma delas está localizada entre Porto Alegre do Norte e outra na Gleba União. A ponte sobre o rio Água Fria tem 15 metros de extensão. As restantes estão nos trechos entre Confresa e Santa Cruz do Xingu, na MT-430, e no Portal da Amazônia, na MT-431, todos Municípios que abrigam povos indígenas.

ALTERNATIVAS – Cursos implementados pela Secretaria de Trabalho, Emprego e Cidadania estão possibilitando que índias do Parque do Xingu aprendam corte e costura, além de treinamento em piscicultura, fruticultura e criação de pequenos. "As mulheres aprenderam e já estão fazendo vestidos nas máquinas", afirmou Megaron.

No Parque, em parceria entre o Governo do Estado, prefeituras e instituições de ensino, está sendo implantada uma estação ambiental que funcionará com um centro de referência para pesquisas. A estação está localizada próxima à nascente do rio Tanguro, no município de Querência (a 994 km de Cuiabá). Como projeto de alternativa econômica para as comunidades indígenas kalapalo, kuikuro, waurrá, kanamaiwrá e yalapíti, foram levadas para o local 1,2 mil mudas frutíferas, entre as quais laranja, pitanga, manga e acerola.

Os índios do Xingu reconhecem os esforços que estão sendo realizados gradativamente pelo Governo. Durante a terceira visita neste ano, realizada em menos de um ano e meio ao parque, o governador Maggi pode comprovar que os programas do governo em promover melhorias na qualidade da vida nas aldeias estão produzindo resultados. "Nenhum governo veio aqui antes. Hoje não nós sentimos mais isolados. As estradas estão arrumadas. Temos hoje uma convivência", disse Megaron ao governador. "Digo isso não porque eu estou na sua frente governador. Mas eu falo isso em qualquer lugar que eu esteja".




Fonte: Secom - MT

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