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Indonésia tem novo presidente militar após 6 anos de democracia
A população da Indonésia, decepcionada, foi às urnas três vezes este ano e acabou elegendo para presidente um general que promete acabar com o terrorismo, a pobreza e a corrupção, apenas seis anos depois da queda do ditador Suharto.
Os últimos anos de democracia não aliviaram as dificuldades dos indonésios, o que influenciou na hora de votar - primeiro nas eleições legislativas de abril e depois nos dois turnos da corrida presidencial, em julho e setembro.
O partido Golkar, máquina política do ex-ditador Suharto, ganhou a maioria das cadeiras parlamentares nas eleições legislativas. O vencedor na votação para presidente, com 60% do apoio popular, foi Susilo Bambang Yudhoyono.
Apesar de ser general reformado e ligado à ditadura, Susilo tem currículo limpo, sem acusações de violação dos direitos humanos.
Cerca de 150 milhões de indonésios foram às urnas sob o olhar atento da comunidade internacional, preocupada com a possível utilização do país como abrigo para células terroristas. O grande arquipélago que forma a Indonésia é o lar da maior nação muçulmana do planeta.
O país deu um exemplo de exercício democrático. Os resultados, se não agradaram a algumas organizações humanitárias, mostraram que o processo eleitoral foi relativamente limpo.
A mensagem direta que Susilo mandou aos indonésios durante a campanha, com promessas de acabar com o terrorismo, a pobreza e a corrupção, toca fundo na população.
A maioria do país vive com menos de dois dólares por dia. Boa parte da população economicamente ativa está desempregada.
Os sonhos de liberdade que levaram estudantes a derrubar a ditadura de Suharto - que governou com mão-de-ferro entre 1965 e 1998 - foram traduzidos em decepção. Por isso, a Indonésia votou por uma mudança, depois de seis anos em que teve três presidentes que não melhoraram a vida da população.
Assim, a veterana Megawati Sukarnoputri - filha do general Sukarno, patriarca da independência e primeiro presidente da Indonésia - perdeu a batalha e saiu da presidência que ocupou durante três anos.
Os indonésios escolheram outro tipo de liderança, mais afastada da elite representada por Megawati. A nova classe política também foi recebida com entusiasmo pela comunidade internacional.
Na posse, Yudhoyono pediu que sua equipe de governo tenha responsabilidade e dê exemplo. E fez alerta especial para que todos respeitem a lei. "Se alguém se desviar de suas funções, deve estar pronto para abandonar o cargo e ser punido", avisou.
Agora, as boas intenções do novo presidente terão que ser materializadas, e isso não será fácil. A pobreza e a corrupção são desafios tão difíceis na Indonésia quanto a pacificação das regiões de Aceh e Papua Ocidental, asfixiadas por históricos conflitos separatistas, ou o combate ao terrorismo local.
O trágico atentado de outubro do 2002 em Bali, que deixou 202 mortos, revelou a existência de uma rede terrorista organizada, a Jamaat Islamiya, considerada o braço da Al Qaeda no sudeste asiático.
Os ataques posteriores contra o hotel Marriott de Jacarta, em agosto de 2003 com 12 mortos, e contra a embaixada australiana, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, em setembro, com 11 mortos, mantiveram a sensação de que a Indonésia abriga terroristas.
Yudhoyono terá que enfrentar o problema, provavelmente sem muito apoio no Parlamento, dominado pelo Golkar. Além disso, políticos indonésios têm reticência histórica a colaborar com outros países, como os Estados Unidos, na luta antiterrorista.
Ainda assim, a comunidade internacional deu um voto de confiança ao general reformado. Agora, serão observadas as possibilidades de investimento e negócio oferecidas pela Indonésia, país formado por 18.000 ilhas e habitado por 220 milhões de pessoas.
Os últimos anos de democracia não aliviaram as dificuldades dos indonésios, o que influenciou na hora de votar - primeiro nas eleições legislativas de abril e depois nos dois turnos da corrida presidencial, em julho e setembro.
O partido Golkar, máquina política do ex-ditador Suharto, ganhou a maioria das cadeiras parlamentares nas eleições legislativas. O vencedor na votação para presidente, com 60% do apoio popular, foi Susilo Bambang Yudhoyono.
Apesar de ser general reformado e ligado à ditadura, Susilo tem currículo limpo, sem acusações de violação dos direitos humanos.
Cerca de 150 milhões de indonésios foram às urnas sob o olhar atento da comunidade internacional, preocupada com a possível utilização do país como abrigo para células terroristas. O grande arquipélago que forma a Indonésia é o lar da maior nação muçulmana do planeta.
O país deu um exemplo de exercício democrático. Os resultados, se não agradaram a algumas organizações humanitárias, mostraram que o processo eleitoral foi relativamente limpo.
A mensagem direta que Susilo mandou aos indonésios durante a campanha, com promessas de acabar com o terrorismo, a pobreza e a corrupção, toca fundo na população.
A maioria do país vive com menos de dois dólares por dia. Boa parte da população economicamente ativa está desempregada.
Os sonhos de liberdade que levaram estudantes a derrubar a ditadura de Suharto - que governou com mão-de-ferro entre 1965 e 1998 - foram traduzidos em decepção. Por isso, a Indonésia votou por uma mudança, depois de seis anos em que teve três presidentes que não melhoraram a vida da população.
Assim, a veterana Megawati Sukarnoputri - filha do general Sukarno, patriarca da independência e primeiro presidente da Indonésia - perdeu a batalha e saiu da presidência que ocupou durante três anos.
Os indonésios escolheram outro tipo de liderança, mais afastada da elite representada por Megawati. A nova classe política também foi recebida com entusiasmo pela comunidade internacional.
Na posse, Yudhoyono pediu que sua equipe de governo tenha responsabilidade e dê exemplo. E fez alerta especial para que todos respeitem a lei. "Se alguém se desviar de suas funções, deve estar pronto para abandonar o cargo e ser punido", avisou.
Agora, as boas intenções do novo presidente terão que ser materializadas, e isso não será fácil. A pobreza e a corrupção são desafios tão difíceis na Indonésia quanto a pacificação das regiões de Aceh e Papua Ocidental, asfixiadas por históricos conflitos separatistas, ou o combate ao terrorismo local.
O trágico atentado de outubro do 2002 em Bali, que deixou 202 mortos, revelou a existência de uma rede terrorista organizada, a Jamaat Islamiya, considerada o braço da Al Qaeda no sudeste asiático.
Os ataques posteriores contra o hotel Marriott de Jacarta, em agosto de 2003 com 12 mortos, e contra a embaixada australiana, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, em setembro, com 11 mortos, mantiveram a sensação de que a Indonésia abriga terroristas.
Yudhoyono terá que enfrentar o problema, provavelmente sem muito apoio no Parlamento, dominado pelo Golkar. Além disso, políticos indonésios têm reticência histórica a colaborar com outros países, como os Estados Unidos, na luta antiterrorista.
Ainda assim, a comunidade internacional deu um voto de confiança ao general reformado. Agora, serão observadas as possibilidades de investimento e negócio oferecidas pela Indonésia, país formado por 18.000 ilhas e habitado por 220 milhões de pessoas.
Fonte:
Agência EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/362791/visualizar/
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