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Cidades/Geral
Quinta - 23 de Dezembro de 2004 às 10:17
Por: Raquel Teixeira

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O trabalho conjunto de secretarias de órgãos do Governo do Estado proporcionou neste ano inúmeras conquistas que estão levando melhor qualidade de vida às centenas de povos indígenas de Mato Grosso. A administração Blairo Maggi inovou na maneira de conduzir a relação com esses povos ao criar a Superintendência de Políticas Indígenas, órgão ligado à Casa Civil, que é responsável pela condução das relações entre Governo e índios, buscando formas alternativas de levar as ações e políticas públicas e conduzindo processos que venham ao encontro das necessidades das etnias, conforme a competência do Estado e respeitando a diversidade desses povos.

Foram inúmeras as ações já implantadas ou em implantação, contemplando as áreas de saúde, infra-estrutura, educação, economia sustentável, além de cidadania. Para o superintendente de Política Indígena, Idevar Sardinha, os projetos de alternativas econômicas levados às aldeias estão sendo propostos pelos próprios índios. "Temos que respeitar a diversidade e a vontade deles, avaliar tecnicamente se é possível e identificar o que é viável na linha da subsistência", disse. "Os índios tem que ser agentes de sua própria história. Não deve haver nenhum tipo de tutela. A relação deve ser de igual para igual respeitando a cultura deles", afirmou.

Em diversas reservas, como a de Sangradouro, no Município de Primavera do Leste (231 km ao Sul) o Governo, em parceria com a Prefeitura de Primavera do Leste e a Associação dos Produtores Rurais do Município (Asprim) está desenvolvendo desde o início deste ano, um projeto de agricultura sustentável, do qual já foram plantados e colhidos 40 hectares de arroz. O projeto foi desenvolvido com o objetivo de além de proporcionar melhor qualidade de vida, estabelecer condições pacíficas entre indígenas e produtores que entraram em conflito na região há cerca de um ano, buscando alternativas de sobrevivência econômica por parte dos índios, que solicitaram apoio e assistência técnica para desenvolver o projeto.

Em uma área de 250 hectares, os xavantes estão cultivando, além do arroz, mandioca, milho e cana-de-açúcar — produção que está abastecendo a comunidade de 858 índios. Foram plantados 10 hectares de mandioca que já começou a ser colhida. A produção representa o meio de subsistência para 60 índios que habitam a aldeia Volta Grande e alternativa econômica com a venda do excedente.

PANELA CHEIA – Por meio do Programa Panela Cheia, implementado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural, que tem como objetivo garantir mais comida para as famílias de agricultores familiares e dos povos indígenas em Mato Grosso, o Governo entregou neste ano centenas de sacas de sementes de arroz e milho a etnias de diversas regiões do Estado, como no Parque Indígena do Xingu, onde os índios caiapós já colheram 90 sacas de arroz. "Nosso costume era a roça familiar, mas queremos plantar mais", afirmou o líder indígena Megaron Txucarramãe, elogiando as ações do Governo.

Etnias das reservas Aripuanã e Arara do Rio Branco também receberam neste ano 5 mil quilos de sementes de arroz e milho. As sementes foram distribuídas conforme a necessidade e a área para plantio de cada aldeia onde vivem os cintas-larga, em Juína; Arara do Rio Branco; em Aripuanã; Japuíra, em Juara; Escondido e Erikbaktsa, em Brasnorte e Cotriguaçú, respectivamente.

"Essas sementes são um ponto de apoio que vão auxiliar os índios na produção de alimentos para o sustento de centenas de famílias e também para gerar renda nas aldeias", afirmou o chefe de posto da reserva Arara. Na reserva, próxima ao Município de Aripuanã, vivem aproximadamente 290 índios, distribuídos em 9 aldeias. A produção de farinha é um dos principais meios de sustento das famílias indígenas e para o próximo ano, os índios pretendem plantar 80 hectares de mandioca.

Na aldeia Serra Morena, onde vivem cerca de 300 cintas-largas, espalhados em 40 aldeias em uma área de 147 mil hectares, no Município de Juína (735 km a Noroeste), os índios pretendem implantar com auxílio técnico da Empresa Mato-grossense de Pesquisa e Extensão Rural (Empaer) uma estação de piscicultura. O chefe de posto, Valdenilton Souza, explica que, além do plantio, que será facilitado com a doação das sementes, os índios também querem começar a produzir alevinos.

Sardinha destaca que essas ações na área de agricultura são um considerável avanço que o Governo promove junto aos povos indígenas, com a intenção de proporcionar melhor qualidade de vida. "Aos poucos estamos conseguindo fazer com que todos os povos possam viver com mais dignidade, criando alternativas de desenvolvimento para os índios", avaliou.




Fonte: Secom - MT

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