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Cidades/Geral
Quinta - 23 de Dezembro de 2004 às 09:06

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A frieza e a tristeza que marcam o dia-a-dia de quem vive atrás das grades foram quebradas ontem com um evento de comemoração ao Natal no presídio feminino Ana Maria do Couto May, no Pascoal Ramos, em Cuiabá. Foi uma oportunidade que as 123 reeducandas tiveram para ficar mais perto da família, especialmente, dos filhos. De acordo com a diretora do presídio, Bromídia Maria da Silva, 99% das reeducandas são mães.

Também participaram da festa 16 crianças de zero a três anos que vivem com as mães na creche da unidade, além de outros 60 filhos (com até 12 anos) das presas. As crianças ganharam presentes doados por voluntários. Elas também participaram de um culto ecumênico, almoço de confraternização e ainda receberam panetones.

No presídio feminino, a maioria das reeducandas cumpre pena por tráfico de drogas. Mas há outros casos como o de Randalla Souza Gonçalves, 21, condenada a 25 anos por latrocínio. Ela tem três filhos e um deles, a pequena Camile de um ano e cinco meses, vive na creche da unidade.

Presa há um ano e três meses, Randalla acredita que tudo que aconteceu em sua vida foi uma lição e que a saudade dos outros dois filhos é amenizada com eventos como o realizado ontem. “É super importante essa convivência com os meus filhos. A gente se ocupa e não pensa em besteira”, comentou.

Quem também pensa desta maneira é Cintia Regina da Silva, 20 anos, presa há sete meses por tráfico. “Tudo na vida da gente muda e os filhos mudam o nosso pensamento”, afirmou. “Apesar de estar aqui dentro, esses momentos de alegria junto com a família são importantes para todas nós”, garantiu.

Conforme Bromídia Maria, a comemoração do Natal acontece todos os anos. Além de garantir o vínculo familiar, uma das finalidades é tornar a oportunidade um momento de reflexão para as presas. “É um momento das reeducandas refletirem sobre o que querem para si mesmas”, observou.

Além disso, a unidade prisional busca a ressocialização, com projetos voltados para a profissionalização das presas nos ramos da alimentação, confecção e artesanato. Com trabalhos como estes, conforme Bromídia Maria, o índice de reincidência é menor se comparado à média nacional. “É menor que 10%”, afirmou.





Fonte: Diário de Cuiabá

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