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Nacional
Quinta - 23 de Dezembro de 2004 às 07:07

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Depois de três meses de negociação, a Polícia Federal prendeu o traficante Frank Dum-Dum, considerado um dos chefes da máfia nigeriana.

Segundo informações do Jornal Nacional, com a prisão de Frank, ficou comprovado que o Brasil virou escala importante para o tráfico internacional de drogas. Para evitar a atenção dada a vôos que partem diretamente de Bogotá para cidades européias, o tráfico colombiano prefere usar o aeroporto de Cumbica, em São Paulo, como escala intermediária para enviar a droga.

Só em 2004, foi apreendida mais de uma tonelada de cocaína no aeroporto. A droga é escondida nos locais mais inusitados possíveis, como pranchas de surf e até mesmo sob batinas. O volume é quase 50% maior do que o apreendido no ano passado.

A importância da prisão do nigeriano, no entanto, é por tratar-se de alguém de maior hierarquia do que os "mulas", pessoas contratadas pelos traficantes apenas para carregar a droga de um lugar para o outro.

Foi Frank que primeiro abordou os policiais, oferecendo dinheiro para que sua cocaína pudesse ser enviada para o exterior sem risco de apreensão por parte da PF. Os agentes fingiram aceitar o suborno, e marcaram um encontro para acertar os detalhes da operação. Toda a operação foi amplamente documentada em fitas de vídeo.

Os policiais deixaram passar a primeira carga enviada por Frank, que era carregada por uma mulher nigeriana, com destino à África do Sul. Eles confirmaram que a droga estava na bagagem e informaram a polícia sul-africana, que prendeu a mulher quando ela chegou em seu destino.

Na segunda tentativa de Frank, uma brasileira tentou embarcar com a droga em direção à Holanda. Mais uma vez o traficante fez o pagamento em dinheiro, aos policiais, em pleno aeroporto de Cumbica. Dessa vez, no entanto, ele acabou preso pelos policiais.

"Foi a prisão mais importante acontecida no aeroporto, porque ele é a pessoa responsável por mais de 50% de todos os transportadores de drogas que foram presos em Cumbica, neste ano", declarou o delegado Wagner Castilho, da Polícia Federal, ao Jornal Nacional.

A única questão que a polícia ainda não sabe responder é quem seria o chefe de Frank Dum-Dum, já que os nigerianos são apenas intermediários na rota do tráfico internacional.

Todo o dinheiro pago pelo traficante e a droga apreendida pela PF serão enviados à justiça como provas do processo. O nigeriano pode pegar até 12 anos de prisão.




Fonte: Terra

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