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Cidades/Geral
Quarta - 22 de Dezembro de 2004 às 18:23
Por: Sanny Lisboa

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As obras para a construção de uma barragem no rio Coluene, um dos principais afluentes do Xingu, vão ser retomadas nos próximos dias. A decisão saiu depois de um acordo feito entre representantes de 14 etnias indígenas do Parque Nacional do Xingu, do Governo do Estado e da empresa responsável pela construção da usina hidrelétrica, a PCH II (Pequena Central Hidrelétrica), nesta quarta-feira (22.12), no gabinete do governador Blairo Maggi.

A empresa interrompeu as obras depois de uma determinação do governador. Numa visita à região, o chefe do Executivo foi informado pelos representantes indígenas que na área poderia ter nascido o Kuarup (ritual dos grupos indígenas xinguanos para homenagear os mortos), e por isso poderia ser considerado um local sagrado.

Uma comissão composta pela Funai, Fema e a PCH II, elaborou um laudo antropológico sobre a região que constatou que a área sagrada fica nove hectares abaixo do local da barragem. A área é particular, mas está sendo comprada pela empresa e será doada aos índios para o desenvolvimento de atividades do Instituto Etno-ambiental. A organização não-governamental está em fase de criação e será coordenada pelo cacique Aritana, da etnia Yawalapiti.

“Nós pesquisamos, visitamos a área e vimos que o modelo de construção que está sendo feito não prejudicará o local sagrado que fica abaixo da barragem”, afirmou o cacique.

O acordo também determinou a construção de um Centro de Treinamento para os índios dentro do Parque Nacional do Xingu, por meio de uma parceria entre a PCH II e o Estado. O local exato do centro será definido pelos povos indígenas que vivem no parque ”Seremos parceiros do Estado nesse e em outros projetos que beneficiam as etnias do parque”, afirmou Cornélio Brennand, diretor-executivo da PCH II.

Segundo o superintendente de Políticas Indígenas do Estado, Idevar Sardinha, o acordo foi a melhor saída para a situação, pois preservou a área sagrada e criou políticas compensatórias para os povos indígenas.”Em função dessas discussões eles acabaram criando um instituto que vai defender o parque nacional”, observou.




Fonte: Secom - MT

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