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Secitec garante apoio a doutores recém-graduados
Concluir um curso de Doutorado e contar com uma estrutura para dar continuidade à sua pesquisa está deixando de ser uma dificuldade para os pesquisadores mato-grossenses. Graças a um convênio assinado entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi firmado, no Estado, o Programa Primeiros Projetos (PPP), voltado para o auxílio a doutores recém-graduados com vínculo em instituições públicas de pesquisa.
“Quando está fazendo doutorado, o pesquisador fica distante da academia e, assim que retorna, nem sempre encontra condições adequadas, tais como equipamentos e bibliografia, pois as universidades públicas passam por dificuldades financeiras”, explica o presidente da Fapemat, Antônio Carlos Camacho.
Ao todo, foram concedidas sete bolsas. O convênio original previa a concessão de cinco bolsas, mas a fundação conseguiu ampliar, concedendo mais uma bolsa e negociando mais uma pelo CNPq. Segundo Camacho, o investimento do programa visa três focos: a infra-estrutura, o custeio de projetos e a formação de recursos humanos. “O problema da infra-estrutura nas universidades é muito grave. Por isso, pretendemos dar continuidade a esse programa para o próximo ano”, diz.
Entre os pesquisadores beneficiados pelo programa está a professora Cláudia Tasso Callil, do Instituto de Biociências da UFMT, integrante do Núcleo de Estudos Ecológicos do Pantanal (Nepa). Ela explica que o seu projeto – desenvolvido na região de Cáceres - vem ao encontro de uma necessidade atual existente em Mato Grosso de controlar espécies animais ‘invasoras’, isto é, aquelas que, devido às suas características, ocupam rapidamente o ambiente em que são introduzidas, desequilibrando seu ciclo natural. “Com a globalização, espécies animais e vegetais de países distantes, exóticas, chegam com mais facilidade ao Brasil”, diz ela.
Uma dessas espécies invasoras é o mexilhão dourado (Limnoperna fortunei), natural da China, que vive agregado e, devido à sua reprodução desenfreada, chega a atingir densidades de 140 mil indivíduos por metro quadrado. “Tais densidades podem causar estragos tanto na fauna nativa de moluscos, nos peixes que se alimentam deles, como em toda a estrutura da comunidade aquática. Os prejuízos econômicos estão associados principalmente ao aumento da manutenção em indústria e demais setores, devido aos transtornos causados pelo entupimento de turbinas, motores e canos de captação de água”, explica a professora. “Quando eles se instalam em turbinas de usinas hidrelétricas, por exemplo, as empresas precisam paralisar suas atividades para poder limpá-las, comprometendo a produção de energia”.
Cláudia conta que o estudo do impacto dos bivalves – o Limnoperna fortunei , a Corbicula fluminea e a Corbicula lagillierti - tem despertado o interesse de pesquisadores de todo o Brasil, dos quais 10 foram selecionados pelo Ministério do Meio Ambiente para compor um grupo de estudos, no qual ela é a representante de Mato Grosso. Tal grupo foi formado com o objetivo de levantar informações que subsidiem o controle e impeçam a disseminação desta espécie de mexilhão. “Nossa meta é entender a dinâmica populacional desta espécie para avaliar o impacto de sua presença para o ambiente”, afirma.
Doutora em Biociências pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a bióloga avalia que, sem o auxílio do PPP, a produtividade científica dos doutores recém-graduados estaria seriamente comprometida. “A universidade não tem disponibilidade de recursos para incrementar a pesquisa e atualizar os laboratórios, e é fundamental que as fundações de amparo participem e atuem como agências de fomento à pesquisa”, diz.
PLÁSTICO - Proveniente do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), outro projeto está ganhando forma graças ao apoio do PPP. Em parceria com o Centro de Pesquisas para o Desenvolvimento do Paraná (Lactec) e com a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), o professor do Departamento de Física do Cefet, Walterney Araújo Moura, está iniciando um estudo em que muitas empresas do ramo de fornecimento de energia elétrica já estão de olho: o desenvolvimento de um material plástico isolante com um período de durabilidade maior que os já existentes. “Nosso trabalho é medir em quanto tempo esse material se desgasta e desenvolver um material mais durável”, diz o professor.
Outro ponto interessante a ser estudado pelo grupo é a reutilização de material plástico de qualquer espécie como isolante em situações em que não seja exigido um alto grau de isolamento. “O material plástico leva centenas de anos para ser absorvido pela natureza”, lembra o professor. “Nossa idéia é utilizar resíduos sólidos urbanos como revestimentos de piso, de teto, paredes e recipientes para evitar acúmulo de cargas elétricas. Quando uma pessoa se desloca por um carpete, por exemplo, provoca esse acúmulo que pode, com o tempo, queimar os equipamentos elétricos”, explica.
Moura frisa que quando saiu do doutorado, há um ano, a perspectiva de apenas dar aulas não era nada animadora. “Só ministrar aulas é muito frustrante para um pesquisador”, diz ele. “Graças ao programa, posso dar início a algo”, completa.
“Quando está fazendo doutorado, o pesquisador fica distante da academia e, assim que retorna, nem sempre encontra condições adequadas, tais como equipamentos e bibliografia, pois as universidades públicas passam por dificuldades financeiras”, explica o presidente da Fapemat, Antônio Carlos Camacho.
Ao todo, foram concedidas sete bolsas. O convênio original previa a concessão de cinco bolsas, mas a fundação conseguiu ampliar, concedendo mais uma bolsa e negociando mais uma pelo CNPq. Segundo Camacho, o investimento do programa visa três focos: a infra-estrutura, o custeio de projetos e a formação de recursos humanos. “O problema da infra-estrutura nas universidades é muito grave. Por isso, pretendemos dar continuidade a esse programa para o próximo ano”, diz.
Entre os pesquisadores beneficiados pelo programa está a professora Cláudia Tasso Callil, do Instituto de Biociências da UFMT, integrante do Núcleo de Estudos Ecológicos do Pantanal (Nepa). Ela explica que o seu projeto – desenvolvido na região de Cáceres - vem ao encontro de uma necessidade atual existente em Mato Grosso de controlar espécies animais ‘invasoras’, isto é, aquelas que, devido às suas características, ocupam rapidamente o ambiente em que são introduzidas, desequilibrando seu ciclo natural. “Com a globalização, espécies animais e vegetais de países distantes, exóticas, chegam com mais facilidade ao Brasil”, diz ela.
Uma dessas espécies invasoras é o mexilhão dourado (Limnoperna fortunei), natural da China, que vive agregado e, devido à sua reprodução desenfreada, chega a atingir densidades de 140 mil indivíduos por metro quadrado. “Tais densidades podem causar estragos tanto na fauna nativa de moluscos, nos peixes que se alimentam deles, como em toda a estrutura da comunidade aquática. Os prejuízos econômicos estão associados principalmente ao aumento da manutenção em indústria e demais setores, devido aos transtornos causados pelo entupimento de turbinas, motores e canos de captação de água”, explica a professora. “Quando eles se instalam em turbinas de usinas hidrelétricas, por exemplo, as empresas precisam paralisar suas atividades para poder limpá-las, comprometendo a produção de energia”.
Cláudia conta que o estudo do impacto dos bivalves – o Limnoperna fortunei , a Corbicula fluminea e a Corbicula lagillierti - tem despertado o interesse de pesquisadores de todo o Brasil, dos quais 10 foram selecionados pelo Ministério do Meio Ambiente para compor um grupo de estudos, no qual ela é a representante de Mato Grosso. Tal grupo foi formado com o objetivo de levantar informações que subsidiem o controle e impeçam a disseminação desta espécie de mexilhão. “Nossa meta é entender a dinâmica populacional desta espécie para avaliar o impacto de sua presença para o ambiente”, afirma.
Doutora em Biociências pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a bióloga avalia que, sem o auxílio do PPP, a produtividade científica dos doutores recém-graduados estaria seriamente comprometida. “A universidade não tem disponibilidade de recursos para incrementar a pesquisa e atualizar os laboratórios, e é fundamental que as fundações de amparo participem e atuem como agências de fomento à pesquisa”, diz.
PLÁSTICO - Proveniente do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), outro projeto está ganhando forma graças ao apoio do PPP. Em parceria com o Centro de Pesquisas para o Desenvolvimento do Paraná (Lactec) e com a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), o professor do Departamento de Física do Cefet, Walterney Araújo Moura, está iniciando um estudo em que muitas empresas do ramo de fornecimento de energia elétrica já estão de olho: o desenvolvimento de um material plástico isolante com um período de durabilidade maior que os já existentes. “Nosso trabalho é medir em quanto tempo esse material se desgasta e desenvolver um material mais durável”, diz o professor.
Outro ponto interessante a ser estudado pelo grupo é a reutilização de material plástico de qualquer espécie como isolante em situações em que não seja exigido um alto grau de isolamento. “O material plástico leva centenas de anos para ser absorvido pela natureza”, lembra o professor. “Nossa idéia é utilizar resíduos sólidos urbanos como revestimentos de piso, de teto, paredes e recipientes para evitar acúmulo de cargas elétricas. Quando uma pessoa se desloca por um carpete, por exemplo, provoca esse acúmulo que pode, com o tempo, queimar os equipamentos elétricos”, explica.
Moura frisa que quando saiu do doutorado, há um ano, a perspectiva de apenas dar aulas não era nada animadora. “Só ministrar aulas é muito frustrante para um pesquisador”, diz ele. “Graças ao programa, posso dar início a algo”, completa.
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