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Educação/Vestibular
Quarta - 22 de Dezembro de 2004 às 13:05
Por: Aluizio de Azevedo

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A cabeleireira Erenilce Oliveira Nazário, 31 anos, moradora do Jardim Aroeira, estava há 15 anos fora da sala de aula. Com a construção da Escola Estadual Diva Hugueney Siqueira Bastos, em seu bairro, ela voltou a estudar, por meio do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Hoje, Erenilce está terminando o Ensino Fundamental e já faz planos para continuar os estudos. Ela quer ser teóloga ou nutricionista. Mas antes, ainda cursará o segundo grau pelo EJA, também na unidade.

“A construção da escola aqui no bairro, tão pertinho de casa, foi uma dádiva para todos nós. Eu estava há mais de 15 anos sem estudar e até me animei a voltar. Todos os meus filhos estudam aqui também. Hoje dá mais coragem de vir pra aula, porque a gente tem um lugar bonito pra estudar e bons professores pra ensinar. Ainda bem que tem essa escola porque eu não teria condições de pagar uma outra para mim e os meus filhos”, frisa.

Além do Ensino Fundamental, Erenilce ainda faz o curso de Computação na Escola Diva Hugueney. A cabeleireira revela que antes não tinha possibilidade de adquirir conhecimentos de computação e informática. “Agora que recomecei a estudar, não quero parar mais”, salienta.

Erenilce tem três filhos, Érica Naiara, de 11 anos, estudante da 6ª série; Tiago Henrique de 10 anos, estudante da 4ª série; e Beatriz de sete anos, ainda na 1ª série. A exemplo da mãe, os três estudam na escola Diva Hugueney. Tiago gosta muito da aula de natação, ministrada na disciplina de Educação Física, possível graças à piscina semi-olímpica da escola.

Assim como Erenilce e seus filhos, milhares de pessoas estão sendo beneficiadas em todo o Estado. Os investimentos em construção de novas escolas e de ampliações possibilitaram a abertura de 680 novas salas de aula e o atendimento a mais de 71 mil estudantes. “É uma verdadeira revolução na qualidade dos ambientes escolares”, ressalta a secretária de Estado de Educação, Ana Carla Muniz.

De acordo com ela, em apenas dois anos a atual gestão está investindo mais do que nos quatro últimos anos do Governo anterior. “Este é o maior investimento em educação já visto na história de Mato Grosso. São mais de R$ 59 milhões que estão transformando as escolas estaduais em ambientes atrativos e com um ótimo padrão de qualidade”, destacou.

ESCOLA ATRATIVA - Em 2004, 32 novas escolas foram construídas com o padrão do programa Escola Atrativa de Planejamento Estratégico, sendo que 12 são indígenas. Outras 98 escolas da rede estadual foram reformadas e 17 tiveram suas salas de aulas ampliadas, para atender a demanda crescente. Já em 2003, 27 novos prédios escolares foram construídos, 146 reformados e 13 ampliados. “Essas novas construções já possibilitaram a substituição de 20 escolas de madeira, por alvenaria”, revela o superintendente Administrativo da Seduc, Adalberto Rosa Lopes.

Das 59 obras de escolas iniciadas na atual administração, 34 já estão concluídas. No próximo dia 10 de dezembro, o governador Blairo Maggi inaugura a Escola Estadual Benício Trettel da Silva, em Cotriguaçú (localizado a 920 km de Cuiabá). Com 10 salas de aula e demais dependências administrativas e banheiros, a unidade tem capacidade para atender 1.050 alunos, nos três turnos. No total, foram investidos mais de R$ 524 mil para a realização da obra, que faz parte do padrão de qualidade da gestão Blairo Maggi.

Entre as escolas já inauguradas, está a E.E. Diva Hugueney Siqueira Bastos, onde estuda a dona Erenilce e seus filhos. A unidade, construída em Cuiabá, custou ao governo estadual o montante de R$ 1,051 milhão, e dispõe de 1.350,82 m2, distribuída em dois pavimentos, com 12 salas de aula e capacidade para atender 1.300 alunos nos Ensinos Fundamental e Médio.

Além disso, a instituição de ensino conta com sala de Educação Física, sala de recursos didáticos, biblioteca, grêmio, laboratório de ciências da natureza e informática e sala de professores, um setor administrativo, sala de gestor, recepção, lavabo, e um setor de serviço, que é composto por cozinha, refeitório, despensa, área de serviço e banheiro. Já para atender a área esportiva, a escola conta com uma quadra coberta poli-esportiva e uma piscina semi-olímpica.

Um dos propósitos destas novas escolas é atrair a comunidade escolar no final de semana. Para a estudante da 5ª série, Ana Cláudia Serra Stefânia, de 11 anos, a abertura da escola nos finais de semana será uma oportunidade para que os pais possam conhecer melhor o estabelecimento onde os filhos estudam. "Com esse espaço lindo a gente tem mais incentivo para estudar. Temos que preservar com cuidado esse patrimônio", disse ela. "Muda para a gente a rotina da escola, que fica mais agradável", assinalou o estudante Vinicius Vieira Angel, colega de turma de Ana Cláudia.

A professora de Ciências, Lílian de Castro Carvalho, que leciona na Diva Hugueney, enfatiza que o ensino pode ser melhor utilizado em uma escola que oferece a estrutura necessária. “Com certeza a infra-estrutura faz diferença para que os alunos aprendam melhor. Até porque um ambiente bonito, com um colégio limpo e organizado, deixa os alunos com uma auto-estima elevada e com a atenção mais concentrada. Além disso, eles ainda podem vivenciar o que aprenderam na prática, com os laboratórios”, observa.

DIVERSIDADE – O Governo do Estado está também construindo escolas em assentamentos rurais, que juntamente com as escolas indígenas, privilegiam uma das parcelas mais excluídas da população. A última delas foi inaugurada em junho deste ano no assentamento Rio Branco, distante 65 quilômetros de Nova Olímpia (207 km a Centro-Sul de Cuiabá), o que beneficiou 400 famílias.

A unidade, que conta com uma área de 1,2 mil metros quadrados, evita que os alunos da região acordem de madrugada e viajem de ônibus até a cidade para estudar. Antiga reivindicação dos assentados, a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Reinaldo Dutra Vilarindo contempla inicialmente 370 alunos com idades que variam de 7 a 50 anos. Com oito amplas e ventiladas salas, refeitório e cozinha, a obra foi construída em uma parceria do Estado com o município.

Marilza Ferreira de Almeida, de 40 anos, estudante da 5ª série, foi uma das muitas beneficiadas com a construção. “Foi uma grande coisa que aconteceu na minha vida voltar a estudar. Há 15 anos estava sem freqüentar uma escola”, disse.

Marilza é vice-presidente do assentamento Rio Branco, e ao lado de estudantes como as irmãs Patrícia Oliveira Martins, de 12 anos, 5ª série, e Letícia Martins, 9 anos, 3ª série, está freqüentando as aulas no local onde mora, sem deslocamento de grande distâncias. “Estou muito feliz. A escola é bonita e alegre. Agora vou estudar mais ainda”, garante Patrícia.

RESPEITO – A secretária Ana Carla afirma que o respeito às diversidades culturais é fundamental para a inclusão social por meio da educação. Ela observa que as ações do Governo na área da educação, principalmente para a Educação Indígena e da população excluída, estão servindo de exemplo para outros Estados. “A administração Blairo Maggi mudou o conceito de educação ao contemplar assentamentos e comunidades indígenas com escolas-modelo”, finaliza.

Todas as novas unidades construídas, além das reformadas e ampliadas, estão sendo adequadas para receber o aluno portador de necessidades educacionais especiais (PNEEs). A meta do Governo é adequar todas as escolas estaduais até o final de 2006.

Para atender especificamente a este público (alunos PNEEs), o governo está concluindo a obra da E.E. Especial Livre Aprender, no Bairro Areão, em Cuiabá, que será a primeira unidade construída para atender aos alunos especiais do Estado. A instituição contará com 19 salas de aula e, em média, com um conjunto de banheiro para cada duas salas.




Fonte: Secom - MT

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