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PPP é "capitalismo sem risco", critica economista da USP
São Paulo - O projeto de Parcerias Público-Privadas (PPPs), aprovado hoje pelo Senado, não deve solucionar o problema de investimentos no Brasil. Na opinião do economista Nelson Barrizelli, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, o governo brasileiro deveria investir na "privatização pura e simples", porque as PPPs criam uma situação de retrocesso, "de um capitalismo sem riscos", abrindo brechas para o governo intervir quando bem entender.
Em entrevista ao Conta Corrente, da "Globo News", Barrizelli salienta que, para privatizar, o Brasil precisa solucionar a questão de sua inconstância jurídica. "Não conseguimos provar para o exterior que cumprimos contratos e precisamos provar isso para atrair investimento estrangeiro em nível adequado para ajudar o crescimento", salienta.
Como grande desafio do governo brasileiro para 2005, o economista aponta a adoção de mecanismos que tragam investimentos ao País. "O Brasil tem uma poupança baixa para a necessidade de investimentos. Deveríamos estar poupando alguma coisa como 27%, 28% do PIB e estamos na casa dos 20%. Isso nos dá crescimento de 3%, 4% em 2005, mas não de 7%, 8% como seria desejável e necessário", calcula.
Nos últimos dois anos, segundo Barrizelli, a política econômica do governo trouxe grande credibilidade ao mercado, mas isso se fez às custas da falta de investimento. "Então, o governo precisará escolher entre continuar com essa política ou buscar caminhos para trazer dinheiro novo, que não entre no País somente para especular", mas para trazer produtividade.
A inflação brasileira está absolutamente controlada, não havendo necessidade de juros tão altos, avalia. Barrizelli explica que os preços dos serviços administrados pelo governo, que puxaram o IPCA-15 em dezembro, não são afetados pelo movimento dos juros no mercado. "Daí, uma prova de que o movimento da taxa básica não está intrinsecamente ligado ao da inflação." Para o economista, ao voltar-se exclusivamente ao controle da Selic, o Banco Central deixa outros fatores da economia "soltos".
O câmbio, por exemplo, no nível que está, "significa um grande perigo", podendo complicar a vida das empresas e as exportações. As intervenções que o BC está fazendo no mercado, afirma Barrizelli, são desnecessárias. "O BC ajudaria muito mais a controlar a cotação do câmbio se fizesse swap da dívida, que melhoraria a relação dívida em reais e dólar do País".
Em entrevista ao Conta Corrente, da "Globo News", Barrizelli salienta que, para privatizar, o Brasil precisa solucionar a questão de sua inconstância jurídica. "Não conseguimos provar para o exterior que cumprimos contratos e precisamos provar isso para atrair investimento estrangeiro em nível adequado para ajudar o crescimento", salienta.
Como grande desafio do governo brasileiro para 2005, o economista aponta a adoção de mecanismos que tragam investimentos ao País. "O Brasil tem uma poupança baixa para a necessidade de investimentos. Deveríamos estar poupando alguma coisa como 27%, 28% do PIB e estamos na casa dos 20%. Isso nos dá crescimento de 3%, 4% em 2005, mas não de 7%, 8% como seria desejável e necessário", calcula.
Nos últimos dois anos, segundo Barrizelli, a política econômica do governo trouxe grande credibilidade ao mercado, mas isso se fez às custas da falta de investimento. "Então, o governo precisará escolher entre continuar com essa política ou buscar caminhos para trazer dinheiro novo, que não entre no País somente para especular", mas para trazer produtividade.
A inflação brasileira está absolutamente controlada, não havendo necessidade de juros tão altos, avalia. Barrizelli explica que os preços dos serviços administrados pelo governo, que puxaram o IPCA-15 em dezembro, não são afetados pelo movimento dos juros no mercado. "Daí, uma prova de que o movimento da taxa básica não está intrinsecamente ligado ao da inflação." Para o economista, ao voltar-se exclusivamente ao controle da Selic, o Banco Central deixa outros fatores da economia "soltos".
O câmbio, por exemplo, no nível que está, "significa um grande perigo", podendo complicar a vida das empresas e as exportações. As intervenções que o BC está fazendo no mercado, afirma Barrizelli, são desnecessárias. "O BC ajudaria muito mais a controlar a cotação do câmbio se fizesse swap da dívida, que melhoraria a relação dívida em reais e dólar do País".
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/363119/visualizar/
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