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Esportes
Terça - 21 de Dezembro de 2004 às 21:55
Por: Jamil Chade

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Zurique - A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) quer "bancar" as jogadoras brasileiras da seleção de futebol feminino. A idéia da entidade é de dar uma ajuda financeira às 18 atletas que atuam pelo Brasil e que estejam atuando em clubes nacionais para que não tenham de buscar equipes no exterior e assim possam fortalecer a modalidade no País. O projeto foi comunicado na noite de segunda-feira pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, à Marta, jogadora que ficou em terceiro lugar no ranking da Fifa das melhores de 2004 e que um dia após a entrega do prêmio em Zurique conversou com exclusividade com a Agência Estado.

Para Marta, que atua no time sueco do Umea Ik, a iniciativa é positiva, mas indica que será difícil manter as jogadoras no Brasil se não houver patrocínios para o esporte. Segundo ela, a CBF indicou a possibilidade de dar uma espécie de ajuda financeira para as atletas que estiverem atuando no Brasil, como um complemento a seus salários. "A diferença em relação ao dinheiro pago no exterior e no Brasil é muito grande. A CBF está fazendo a sua parte, mas precisamos de patrocínio", afirma. E ela ainda manda um recado aos cartolas: "Eu voltaria a jogar no Brasil se alguém me pagasse o que os suecos me dão".

Além de Marta, o time do Umea Ik contará na próxima temporada com a brasileira Elaine. Rumores apontam que Kátia estaria indo para a Espanha e que Cristiane também tem ofertas do exterior.

Já outras jogadoras brasileiras que também estiveram em Zurique alertam que o projeto da CBF não resolve os problemas do futebol feminino no Brasil, mas apenas de um grupo de jogadoras. Segundo Marta, Teixeira prometeu ainda instalar uma liga profissional em 2005, embora não tenha dado uma data para o início do campeonato.

Volta - A jogadora desembarca nesta quarta-feira no Brasil depois de uma temporada de muitos títulos. Marta foi campeã de clubes da Europa, artilheira do campeonato sueco com 22 gols, Bola de Ouro do Mundial Sub-19, melhor jogadora das Olimpíadas, medalha de prata em Atenas e, desde a última segunda-feira, terceira melhor futebolista do mundo na modalidade feminina.

Com tudo isso conquistado em apenas dez meses desde que se mudou para o exterior, Marta não esconde a alegria. "Estou muito feliz em já ter obtido tudo o que já conquistei com apenas 18 anos", afirmou. Para sua segunda temporada, Marta, que é uma verdadeira estrela na Suécia, ganhou um aumento no salário e, apesar de ter sido alvo de inúmeras ofertas para mudar de clube, decidiu ficar no país escandinavo.

Ofertas - Nem bem terminada a cerimônia de entrega dos prêmios de melhor do mundo, Marta já foi alvo de mais uma proposta de transferência. Representantes da Liga Japonesa sondaram a jogadora na festa de gala dos 100 anos da Fifa, em Zurique, para saber se ela estaria disposta a atuar no país. A brasileira ainda recebeu propostas de um clube chinês e outro da Alemanha. "Graças a Deus, possibilidades não faltam", disse.

Marta também foi sondada pelos italianos do Perugia para que ela jogue no time masculino, mas a jogadora já deixou claro que é contra misturar atletas masculinos e femininos em uma equipe. "Homem tem de jogar com homem e mulher com mulher. Só assim vamos desenvolver o futebol feminino", concluiu.




Fonte: Agência Estado

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