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Saúde
Terça - 21 de Dezembro de 2004 às 20:30

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A deficiência de iodo ainda é um problema de saúde pública nos países industrializados e em desenvolvimento, que afeta principalmente mulheres grávidas e crianças em idade pré-escolar e tem efeitos devastadores na saúde, segundo um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Cerca de 2 bilhões de pessoas são prejudicadas, com menor ou maior gravidade, aponta o documento publicado nesta terça-feira em Genebra.

Nos últimos dez anos, foi possível reduzir à metade o número de países com problemas de carência de iodo, mas ainda há 54 nações onde o problema persiste.

As conseqüências mais graves da carência de iodo são o aumento da mortalidade perinatal (entre a segunda semana de gestação e o sétimo dia depois do nascimento) e, em casos extremos, o retardo metal.

A deficiência de iodo é a causa mais grave de danos cerebrais que podem ser prevenidos durante a infância e, em geral, pode ser a origem de uma sutil fraqueza mental e neurológica. As conseqüências disso seriam baixos rendimentos escolares, capacidade intelectual reduzida e pouca produtividade no trabalho.

O autor do relatório, Bruno de Benoist, acredita que a carência de iodo é uma ameaça para o desenvolvimento sócio-econômico dos países devido a seus efeitos a longo prazo na população.

Segundo Benoist, este problema afeta regiões em desenvolvimento, mas também a Europa e os Estados Unidos. Devido à erosão e à utilização excessiva de adubos, as terras dessas regiões são pobres em iodo, o que provoca uma baixa concentração do mineral nos alimentos.

Muitos países usam sal de mesa iodado, mas o sal destinado à elaboração industrial de alimentos não passa por este processo, o que também contribui para a situação.

A OMS estima que 66% dos lares no mundo têm acesso ao sal iodado mas, em alguns países da Europa, a proporção é menor. Paradoxalmente, as regiões com melhores resultados na adição de iodo no sal são a América do Sul e a África, disse Benoist.

A comunidade internacional traçou o objetivo de resolver a questão da carência de iodo em 2005, lembrou o especialista, destacando que seu relatório tenta chamar a atenção das autoridades sanitárias dos países industrializados para o fato de que o problema os afeta.

Ele explicou que a carência de iodo é um assunto deixado de lado porque "os problemas de saúde pública que provoca são pouco conhecidos e não são uma prioridade para os governos".

Além disso, há também a idéia de que o uso do sal para corrigir esse déficit poderia ser contraproducente pela associação causa-efeito estabelecida entre seu consumo e a hipertensão.




Fonte: Agência EFE

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