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Raffarin defende apoio às negociações para adesão da Turquia à UE
O primeiro-ministro da França, Jean-Pierre Raffarin, defendeu nesta terça-feira o apoio do país às negociações para a possível entrada da Turquia na União Européia (UE).
O premier destacou que iniciar as negociações não implica a adesão, sobre a qual disse que os franceses terão a última palavra.
Raffarin fez esses declarações consciente da grande rejeição da opinião pública e de boa parte da classe política francesa à abertura das negociações e das acusações de que seu governo não escutou a população e seus representantes antes da decisão do Conselho Europeu.
Em um debate na Assembléia Nacional (Câmara dos Deputados) e em uma discussão mais ampla no Senado, em ambos os casos sem votação, Raffarin repetiu todos os argumentos do presidente Jacques Chirac, a favor da abertura das negociações, decidida pela UE em 17 de dezembro.
"Os franceses terão a última palavra", disse Raffarin aos deputados, ao lembrar a decisão de Chirac de submeter a entrada da Turquia na UE a referendo na França depois das negociações, que serão abertas em outubro.
"As negociações durarão pelo menos 10 anos, talvez 15 ou 20", pois a Turquia e a Europa não estão preparadas", afirmou o premier. "Se depois das negociações a Turquia apresentar todas as condições necessárias será do interesse da França e da Europa acolhê-la", disse.
"Mas se o país não cumprir as condições de adesão a UE deverá propor uma associação de outro tipo", acrescentou Raffarin, que destacou o direito de veto de todos os membros do bloco durante as negociações.
Em uma resposta a François Bayrou, representante dos que são contrários à adesão e ex-membro da conservadora e governista União por um Movimento Popular (UMP), de Raffarin, cada vez mais afastada do governo, o primeiro-ministro disse que a França não abandonou seu direito de veto e o utilizará se necessário.
Particularmente crítico com Chirac e com a posição da França no Conselho Europeu, Bayrou, líder da centro-liberal União para a Democracia Francesa (UDF), disse que essa recente cúpula foi o "balanço triste e revelador da democracia francesa, do projeto europeu e do papel da França na Europa".
"Renunciamos a introduzir um elemento de liberdade com a associação privilegiada, renunciamos a introduzir um elemento de memória com o reconhecimento do genocídio ao povo armênio, renunciamos inclusive à solidariedade mais elementar aceitando que a decisão de 17 de dezembro seja tomada sem o reconhecimento prévio de Chipre, ocupado militarmente", afirmou o líder centrista.
O reconhecimento do genocídio armênio, cuja existência foi aprovada pelo Parlamento francês, foi um dos argumentos mais usados pelos deputados e até por Raffarin, que em um primeiro momento o mencionou implicitamente, mas, diante da crítica geral, disse que não era um problema para ele.
A oposição socialista, a primeira força política do país depois das últimas eleições regionais e européias, foi curiosamente a formação mais próxima do governo, já que até na UMP são muitos os que se opõem às negociações.
O socialista Jean-Marc Ayrault defendeu as negociações com a Turquia, depois de insistir que seu ingresso na UE dependerá de sua disposição de assimilar os valores europeus. Ayrault, todavia, disse que Chirac não deteve as interferências dos EUA.
Raffarin fez esses declarações consciente da grande rejeição da opinião pública e de boa parte da classe política francesa à abertura das negociações e das acusações de que seu governo não escutou a população e seus representantes antes da decisão do Conselho Europeu.
Em um debate na Assembléia Nacional (Câmara dos Deputados) e em uma discussão mais ampla no Senado, em ambos os casos sem votação, Raffarin repetiu todos os argumentos do presidente Jacques Chirac, a favor da abertura das negociações, decidida pela UE em 17 de dezembro.
"Os franceses terão a última palavra", disse Raffarin aos deputados, ao lembrar a decisão de Chirac de submeter a entrada da Turquia na UE a referendo na França depois das negociações, que serão abertas em outubro.
"As negociações durarão pelo menos 10 anos, talvez 15 ou 20", pois a Turquia e a Europa não estão preparadas", afirmou o premier. "Se depois das negociações a Turquia apresentar todas as condições necessárias será do interesse da França e da Europa acolhê-la", disse.
"Mas se o país não cumprir as condições de adesão a UE deverá propor uma associação de outro tipo", acrescentou Raffarin, que destacou o direito de veto de todos os membros do bloco durante as negociações.
Em uma resposta a François Bayrou, representante dos que são contrários à adesão e ex-membro da conservadora e governista União por um Movimento Popular (UMP), de Raffarin, cada vez mais afastada do governo, o primeiro-ministro disse que a França não abandonou seu direito de veto e o utilizará se necessário.
Particularmente crítico com Chirac e com a posição da França no Conselho Europeu, Bayrou, líder da centro-liberal União para a Democracia Francesa (UDF), disse que essa recente cúpula foi o "balanço triste e revelador da democracia francesa, do projeto europeu e do papel da França na Europa".
"Renunciamos a introduzir um elemento de liberdade com a associação privilegiada, renunciamos a introduzir um elemento de memória com o reconhecimento do genocídio ao povo armênio, renunciamos inclusive à solidariedade mais elementar aceitando que a decisão de 17 de dezembro seja tomada sem o reconhecimento prévio de Chipre, ocupado militarmente", afirmou o líder centrista.
O reconhecimento do genocídio armênio, cuja existência foi aprovada pelo Parlamento francês, foi um dos argumentos mais usados pelos deputados e até por Raffarin, que em um primeiro momento o mencionou implicitamente, mas, diante da crítica geral, disse que não era um problema para ele.
A oposição socialista, a primeira força política do país depois das últimas eleições regionais e européias, foi curiosamente a formação mais próxima do governo, já que até na UMP são muitos os que se opõem às negociações.
O socialista Jean-Marc Ayrault defendeu as negociações com a Turquia, depois de insistir que seu ingresso na UE dependerá de sua disposição de assimilar os valores europeus. Ayrault, todavia, disse que Chirac não deteve as interferências dos EUA.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/363177/visualizar/
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