Polícia "desbarata" central do bicho e ligações com o Uruguai

Policiais civis desbarataram uma central do jogo do bicho na tarde de segunda-feira, em Tangará da Serra. No local foram encontrados talões de cheque dos bancos Caixa Econômica Federal e Sicred, além de anotações feitas a mão em cadernetas determinando a abertura de contas no Bank Boston, do Uruguai. De acordo com o delegado regional de Tangará da Serra, José Abdias Dantas, também foram encontradas faturas telefônicas com registro de ligações feitas para o Uruguai.

A suspeita é de que João Arcanjo Ribeiro continua comandando as operações do jogo do bicho em Mato Grosso. Inclusive, recebendo recursos diretamente das operações em Montevidéu, onde encontra-se preso, aguardando o processo de extradição. O juiz federal Julier Sebastião da Silva acredita que a Justiça do Uruguai deverá dar uma definição ao pedido de extradição ainda este ano.

Além do material apreendido, foram presas três pessoas: Roselaine Gonçalves de Oliveira, 20 anos responsável por conferir os blocos do jogo entregues pelos cambistas. Pedro Pereira Marcelo, de 60 anos disse aos policiais que atuava como cambista, e Antônio José Rodrigues, de 38 anos, também responsável pela conferência dos jogos realizados. Eles foram autuados em flagrante por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, além de prática de contravenção.

O escritório centralizava as negociações feitas em pelo menos outros nove municípios: Diamantino, Nortelândia, Sinop, Arenápolis, Aripuanã, Comodoro, Campo Novo dos Parecis, Nova Olímpia, Barra do Bugres, além de Tangará da Serra.

A ação da Polícia Civil de Tangará da Serra reponde à determinação do Diretor Geral da PJC/MT, Romel Luiz dos Santos, com base no Plano estadual de Segurança Pública. Além dos crimes de contravenção, o Plano estabelece que sejam feitas ainda ações que coíbam a prática de crimes contra a administração pública, tráfico de drogas e prostituição infantil. As investigações vinham ocorrendo há pelo menos 20 dias.

Participaram da operação 20 investigadores de polícia e dois delegados. A delegada municipal de Tangará, Maria Antônia Soares informou que deve encaminhar ainda hoje o material apreendido para a perícia. Após o resultado será possível divulgar o período em que a central estava funcionando e os valores negociados.

Os acusados foram levados para a Cadeia Pública da cidade.