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Terça - 21 de Dezembro de 2004 às 10:22
Por: Sandra Carvalho

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Seguranças da fazenda Bom Jardim, localizada na BR 364, a 90 quilômetros da capital, logo após a Serra de São Vicente, estariam ameaçando estuprar mulheres do assentamento Cinco Lances, que fica ao lado da propriedade. No local, denominado “Mata-Mata” e que está sendo palco de um conflito agrário, a polícia apreendeu quatro revólveres no sábado, após confronto entre assentados e funcionários da fazenda.

Segundo Cícero Ferreira, um dos líderes do assentamento Cinco Lances, “jagunços” estariam, há dois meses, perseguindo as sessenta famílias para que abandonem a área de 2.700 hectares, localizada ao lado da fazenda Bom Jardim.

“Essa terra é devoluta e pertence ao Estado”, comentou Cícero, que chamou a polícia no último sábado para entregar quatro revólveres calibre 38 que teriam sido tomados das mãos de funcionários da fazenda Bom Jardim.

Cícero disse à polícia que sete homens invadiram o assentamento, sendo que os quatro que estavam armados seriam pistoleiros e os outros dois trabalhadores braças da fazenda.

“Nós enfrentamos os homens e tomamos as armas”, acrescentou o sem-terra, alegando que os revólveres só foram entregues aos policiais da Delegacia Distrital do Coxipó por não confiarem na Polícia Militar.

Ainda segundo Cícero, as famílias estão há dois anos na área onde viviam tranqüilamente até que, há cerca de sesssenta dias, passaram a sofrer ameaças de “pistoleiros”.

“Eles entraram no assentamento e disseram que iriam abusar de nossas mulheres”, denunciou Claudionei Sabino, de 35 anos, revoltado com a forma como estariam sendo tratados por funcionários da fazenda Bom Jardim.

Quando a denúncia de que estariam armados, responderam: “estamos armados, sim, com enxadas, foices e facões”.

Levantamento

Os sem-terra do assentamento Cinco Lances esperam que o Intermat atue mais rapidamente no sentido de resolver o conflito que se estabeleceu no local. “Queremos que façam um levantamento o quanto antes para provarmos que a área é do Estado”, concluiu o sem-terra.




Fonte: Folha do Estado

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