Mantida meta de R$ 100 bi

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mantém a meta de US$ 100 bilhões para as exportações brasileiras e acredita que ela será atingida em meados do próximo ano, afirmou ontem o Ministro Luiz Fernando Furlan, na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Ele atribui essa convicção à abertura de novos mercados de destino para os produtos brasileiros, além de novos setores. Explica que mesmo que alguns setores reduzam seus embarques ao exterior, outros estarão suprindo essa eventual lacuna.

Furlan admite, entretanto, que as exportações não crescerão em 2005 na mesma velocidade registrada este ano: gargalos ainda existentes do ponto-de-vista de infra-estrutura contribuirão para que o ritmo de crescimento das exportações observado em 2004 não seja sustentável no próximo exercício.

O ministro voltou a defender, na Associação Comercial do Rio de Janeiro, a elevação da cotação do dólar para que não haja prejuízos às exportações em 2005: "A minha opinião já é conhecida, porque a externei várias vezes. Acredito que um dólar ao redor de R$ 3,00 será estimulante para o comércio exterior brasileiro".

Furlan explica que alguns setores exportadores tiveram perda de rentabilidade de até 15%, ao serem afetados com aumento de custos, principalmente segmentos que utilizam matérias-primas oriundas do petróleo e petroquímica, como borrachas sintéticas, e calçados, que usam muito plástico, além de setores que têm metais na cadeia produtiva, entre os quais o aço.

O ministro ressalta a importância de que "esses setores não percam o espaço conquistado no exterior por uma situação que hoje é fácil de entender".

Segundo o ministro, isso se explica pela existência atualmente de um movimento internacional de enfraquecimento do dólar, aliado a um excesso de oferta de dólar pelo efeito do superávit de balança comercial e de conta corrente do Brasil.