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Prostituição movida a consumo de crack
Pela primeira vez no Brasil, uma pesquisa mapeou a relação do crack com a prostituição. Os dados são alarmantes. Mais de 60% das entrevistadas pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), vendem o corpo diariamente em troca da droga ou do dinheiro para comprá-la. Todas as entrevistadas afirmaram que a prática é comum e, segundo os depoimentos, inevitável porque são estimuladas por colegas.
Além de se prostituir, as usuárias da droga agravam a situação de risco quando deixam de lado o uso de preservativos. Apenas 37% delas usam camisinha constantemente nas relações. “Quando estou muito louca, tem vezes que eu nem lembro de usar camisinha. Não sei nem que tipo de sexo o cara está fazendo comigo”, afirmou C.F., de 14 anos, durante a entrevista.
Um dos principais efeitos do crack é o imediato desejo de repetir a dose. “A fissura faz com que o usuário seja capaz de fazer qualquer coisa para conseguir mais uma pedra”, diz a coordenadora do pesquisa, Solange Aparecida Nappo. É nesse momento que o consumidor da droga está mais exposto ao risco que pode resultar em atitudes violentas ou, principalmente nas mulheres, na prostituição.
O levantamento mostra que o objetivo dessas usuárias com a venda do corpo é imediato: satisfazer o desejo de consumir a droga. Por isso, os programas são baratos. Pouco mais da metade delas cobra menos de R$ 20 pelo sexo. “Com o crack a gente se acaba, perde a vergonha, perde tudo. Se um homem disser que vai me dar R$ 5 eu só penso no crack, não penso em comida”, contou A.M., de 37 anos.
Pesquisa O levantamento foi feito nas cidades de São Paulo e São José do Rio Preto, onde é grande o consumo desse tipo de droga pelas classes mais baixas da população. Foram entrevistadas mulheres que já se prostituíram para sustentar o vício.
Solange Nappo escolheu, como metodologia, fazer uma análise qualitativa do assunto, que não privilegia o critério numérico, mas a capacidade de conhecer mais profundamente o fenômeno. Para isso, ela e sua equipe selecionaram 70 mulheres. Escolheram as com mais de 14 anos e que já tinham usado crack pelo menos 25 vezes na vida. O material deu origem ao livro Comportamento de Risco de Mulheres Usuárias de Crack em relação às DST/Aids.
Apesar da amostra constituída por jovens, a escolaridade das usuárias é baixa, sendo que 60% ainda não completaram o ensino fundamental. Apenas 1% fazem ensino superior. Também chamou a atenção dos pesquisadores que 16% delas já fizeram aborto e 56% têm filhos.
Contaminação O trabalho alerta para a exposição das usuárias para a contaminação de doenças sexualmente transmissíveis e Aids pela boca. Isso porque, algumas das entrevistadas alertaram não ter dinheiro para comprar um cachimbo para consumir a droga, usando material produzido por elas mesmas.
O problema é que os materiais usados muitas vezes não protegem do calor da sublimação da droga, queimando a boca e região próxima. “Muitos pesquisadores e educadores têm caracterizado a atividade sexual oral como de menor risco em relação à contaminação. Esse conceito mostra-se inadequado às usuárias de crack”, cita o documento.
Além de se prostituir, as usuárias da droga agravam a situação de risco quando deixam de lado o uso de preservativos. Apenas 37% delas usam camisinha constantemente nas relações. “Quando estou muito louca, tem vezes que eu nem lembro de usar camisinha. Não sei nem que tipo de sexo o cara está fazendo comigo”, afirmou C.F., de 14 anos, durante a entrevista.
Um dos principais efeitos do crack é o imediato desejo de repetir a dose. “A fissura faz com que o usuário seja capaz de fazer qualquer coisa para conseguir mais uma pedra”, diz a coordenadora do pesquisa, Solange Aparecida Nappo. É nesse momento que o consumidor da droga está mais exposto ao risco que pode resultar em atitudes violentas ou, principalmente nas mulheres, na prostituição.
O levantamento mostra que o objetivo dessas usuárias com a venda do corpo é imediato: satisfazer o desejo de consumir a droga. Por isso, os programas são baratos. Pouco mais da metade delas cobra menos de R$ 20 pelo sexo. “Com o crack a gente se acaba, perde a vergonha, perde tudo. Se um homem disser que vai me dar R$ 5 eu só penso no crack, não penso em comida”, contou A.M., de 37 anos.
Pesquisa O levantamento foi feito nas cidades de São Paulo e São José do Rio Preto, onde é grande o consumo desse tipo de droga pelas classes mais baixas da população. Foram entrevistadas mulheres que já se prostituíram para sustentar o vício.
Solange Nappo escolheu, como metodologia, fazer uma análise qualitativa do assunto, que não privilegia o critério numérico, mas a capacidade de conhecer mais profundamente o fenômeno. Para isso, ela e sua equipe selecionaram 70 mulheres. Escolheram as com mais de 14 anos e que já tinham usado crack pelo menos 25 vezes na vida. O material deu origem ao livro Comportamento de Risco de Mulheres Usuárias de Crack em relação às DST/Aids.
Apesar da amostra constituída por jovens, a escolaridade das usuárias é baixa, sendo que 60% ainda não completaram o ensino fundamental. Apenas 1% fazem ensino superior. Também chamou a atenção dos pesquisadores que 16% delas já fizeram aborto e 56% têm filhos.
Contaminação O trabalho alerta para a exposição das usuárias para a contaminação de doenças sexualmente transmissíveis e Aids pela boca. Isso porque, algumas das entrevistadas alertaram não ter dinheiro para comprar um cachimbo para consumir a droga, usando material produzido por elas mesmas.
O problema é que os materiais usados muitas vezes não protegem do calor da sublimação da droga, queimando a boca e região próxima. “Muitos pesquisadores e educadores têm caracterizado a atividade sexual oral como de menor risco em relação à contaminação. Esse conceito mostra-se inadequado às usuárias de crack”, cita o documento.
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