Presa quadrilha do agrotóxico

A delegacia de Especializada de Estelionato em conjunto com o Seviço Reservado da Polícia Militar (PM) desbaratou ontem de manhã parte de uma quadrilha que roubava, falsificava e adulterava agrotóxicos. Três pessoas foram detidas (duas em flagrante) e, pelo menos mais três componentes estão sendo investigados. Além destes, um tenente reformado da PM será indiciado. Também se suspeita da participação de um conhecido produtor rural do Estado, que estaria atuando como receptador das mercadorias roubadas.

Um mini-laboratório com rótulos falsos, etiquetas de validade adulteradas e mais de 60 galões foi encontrado em uma chácara no município de Santo Antônio do Leverger, na região conhecida por Parque do Aricá. A propriedade é do tenente reformado da PM, Nildo do Nascimento que, segundo o titular da Estelionato, Márcio Pieroni, vai ser indiciado por envolvimento na quadrilha. Sua esposa, a culinarista Daisi Josefa da Silva estava ontem na delegacia e afirmou que Nildo desconhecia o laboratório ilegal e que apenas autorizou um conhecido da família a "pousar" na chácara. "Ele nos disse que tinha se desentendido com a mulher e que queria ficar uns dias lá", relata Daisi.

Esse "conhecido" é José Perini, que seria o "cabeça" de uma das atividades da quadrilha: a de roubo. Ele foi um dos presos em flagrante na chácara. Perini já tinha prisão preventiva decretada em 14 de junho deste ano pela Justiça de Pedra Preta (pólo de Rondonópolis), possivelmente por roubo de defensivos agrícolas. "Como a gente ia saber que ele tinha prisão decretada, que estava envolvido com essas coisas?", questiona a esposa do tenente reformado. Mas, o delegado Pierini duvida da ignorância do tenente e de sua esposa: "Esse material todo foi encontrado lá e já está sendo "fabricado", pelo menos, desde o início do ano", enfatiza.

De acordo com as investigações, os produtos roubados das fazendas de Mato Groso eram levados para essa chácara e passavam pelos processos de adulteração e rotulagem.