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Polícia Brasil
Domingo - 19 de Dezembro de 2004 às 17:56
Por: Sandra Carvalho

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Nos últimos seis anos, a polícia registrou três casos de grande repercussão na capital mato-grossense em que homossexuais de classe média-alta são assaltados e executados por garotos de programa.

Em 1999, por exemplo, o empresário Odare Vaz Curvo Neto, então com 22 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça pelos “michês” Jeferson Ricardo de Luca, 22, e Ronaldo Noronha Mendes, o Mancha, 25.

Mancha disse à polícia que acompanhou Jeferson num programa sexual, cujo cliente seria Odare e que não sabia da intenção do colega de assaltá-lo.

Jeferson e Mancha estavam próximos ao cruzamento da rua Cândido Mariano com rua Barão de Melgaço, quando resolveram praticar um assalto. A primeira pessoa que aparecesse seria rendida. Odare estava circulando em seu Corsa preto pelo Centro de Cuiabá, freqüentado por garotos de programa.

Ao ver Jeferson, com as características de um garoto de programa em disponibilidade, Odare parou o veículo e foi rendido. Mancha, que estava próximo, também entrou no carro.

No trajeto, passaram pela rua Barão de Melgaço, 13 de Junho e avenida 15 de Novembro, onde Jeferson assumiu a direção.

Quando entravam na avenida Miguel Sutil bateram o veículo, mas continuaram em frente. Ao chegarem em uma estrada, até então sem asfalto, que dá acesso ao Distrito da Passagem da Conceição, em Várzea Grande, obrigaram Odare a descer do veículo.

Eles entraram num matagal, onde o jovem empresário foi amarrado em uma árvore. Ali, Mancha atirou na vítima. Jeferson e Mancha dizem que foram amordaçar Odare e acabaram apertando o seu pescoço com uma camisa.

Em seguida, Jeferson tirou a calça e vestiu a de Odare. Eles retornaram ao carro e foram até o bairro Pedregal comprar drogas. No trajeto, rasgaram dois cheques que haviam subtraído do rapaz. Como não encontraram cocaína, foram até uma boca-de-fumo no bairro Alvorada, onde compraram R$ 30,00 em droga.

A dupla seguiu para Chapada dos Guimarães. Quando amanhecia o dia, retornaram para Cuiabá, onde Mancha ficou próximo ao terminal rodoviário. Em seguida, Jeferson abandonou o Corsa próximo à Escola Técnica Federal. No dia seguinte, os dois viajaram para Goiás onde ficaram alguns meses até o retorno para Cuiabá.




Fonte: Folha do Estado

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