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Cidades/Geral
Domingo - 19 de Dezembro de 2004 às 16:36
Por: Gleid Moreira

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Ao menos 570 carteiros em Mato Grosso devem estar mobilizados com um projeto social da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), neste final de ano. Eles farão a ponte entre Papai Noel e centenas de crianças que serão selecionadas por cartas, para o recebimento dos presentes pedidos “ao bom velhinho”, por intermédio dos Correios.

São crianças de todo o Estado, que na inocência típica da infância fazem os mais inusitados pedidos ao Papai Noel, sem mesmo saber qual o endereço dele. Para elas, o que importa é destinar o pedido àquele que é a certeza da realização de muitos sonhos. Escrevem as cartas pedindo o que gostariam de ganhar e alguns chegam a dar várias opções, pela ordem de prioridade; se não sabem escrever, geralmente, pedem a um adulto que o faça. O próximo passo é postar nos Correios. Algumas delas, simplesmente são entregues, sem selos; em outras, nem mesmo o endereço consta, mas o que importa é que as cartas tenham sido enviadas ao Papai Noel.

Já nos Correios, cada uma delas é carinhosamente separada, segundo o gerente de Recursos Humanos, Edilson Nery. Por sexo, as cartas são separadas em caixas, lidas uma a uma, para posterior checagem das informações pelos próprios carteiros.

Conforme Edilson explicou, o primeiro critério analisado pela equipe que trabalha no Projeto é o endereço da criança, pois somente as que são extremamente carentes, cujos pais não têm condições de presenteá-las no Natal, é que são selecionadas para o benefício.

Edilson relatou que este é o projeto social considerado como a “menina dos olhos” dos Correios, pela dimensão do ato, numa época de tanta sensibilidade para todos.

Para a arrecadação dos presentes, tudo é válido: são doações feitas pelos próprios funcionários da empresa, parcerias com empresários do comércio local e também por participação da sociedade, onde cada pessoa pode adotar uma cartinha, se quiser.

O processo é muito simples: basta ler algumas das cartinhas e doar o brinquedo pedido pela criança com a qual mais tenha se identificado. Para a equipe que lê as centenas de pedidos, é emocionante ver a simplicidade das crianças que não têm muita expectativa quanto ao Natal e, ao mesmo tempo, doído, por ver uma criança pedindo comida, no lugar de um brinquedo.

Crianças pedem o que comer como presente de Natal

Criança pedindo brinquedos no Natal é mais do que natural, além de ser tradição em todo o mundo, independente da cor, raça, credo ou religião. No entanto, em alguns casos, a situação é tão crítica em determinadas famílias, que há aquelas em que a comida passa a ser fator essencial no lugar de um brinquedo, que passa a ser supérfluo.

Foi o que aconteceu em uma das cartas enviadas por crianças da periferia da Grande Cuiabá ao “Papai Noel dos Correios”, onde uma menina de 10 anos diz que não faria questão do brinquedo, mas sim, que o Papai Noel pudesse enviar até a casa dela, “um sacolão” que pudesse beneficiar toda a família.

Dos pedidos de adultos, muitos também emocionam, como o de uma mãe de seis filhos, que gostaria de ganhar uma máquina de costura, mesmo sendo velha, para que pudesse confeccionar roupas para eles e ainda ganhar uma renda extra.

As gêmeas Thaís e Thayane Alves Santos, de 7 anos, moradoras do bairro Três Barras, com a ajuda da professora escreveu ao Papai Noel, pedindo bonecas com chupetas. “Acredito que ele vai trazer”, disse uma delas.




Fonte: Folha do Estado

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