Centrais apóiam mínimo de R$ 300 em maio

O novo salário mínimo irá mesmo para R$ 300 reais em maio. A possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rever sua decisão anunciada na quarta-feira e antecipar o reajuste para janeiro, no valor de R$ 290, não emplacou junto às centrais sindicais.

"Para esse ano vai ser R$ 300 em maio. Está prejudicada a iniciativa de fazer R$ 290 em janeiro", disse o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP).

A idéia de rediscutir a questão do mínimo surgiu na própria quarta-feira, em jantar da bancada de senadores do PT com o presidente Lula. Segundo Mercadante, toda a bancada é favorável ao reajuste já em janeiro, para 290 reais, o que representaria um ganho maior para o trabalhador. Lula admitiu a possibilidade de mudança apenas se houvesse a concordância das centrais.

"O presidente disse: 'eu fiz um acordo com as centrais sindicais, eu não mudo meu acordo com as centrais num tema como esse; se vocês convencerem as centrais sindicais muito bem, a gente pode rediscutir a questão"', disse Mercadante. "Eu quero dizer a vocês que não convencemos as centrais sindicais. A CUT me comunicou que quer R$ 300 em maio e a Força Sindical também", acrescentou o senador.

Além do ganho maior no caso deste ano, Mercadante argumentou que o reajuste do mínimo em janeiro seria positivo para ajudar a manter a demanda da economia num momento em que normalmente ela é mais fraca. Por esse motivo, o senador pretende continuar o debate sobre a questão para levar a uma transição que traga o reajuste do mínimo no futuro para o mês de janeiro.