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Polícia Brasil
Sexta - 17 de Dezembro de 2004 às 14:26
Por: José Ribamar Trindade

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Romerito Barros de Almeida, o “Chito”, de 18 anos, Francismar Bernardino, também de 18, Luciano de Souza, 18, confessaram com riqueza de detalhes e frieza, como atraíram e mataram o advogado Pedro Aves Juvenal, 39, analista jurídico da Justiça Federal de Mato Grosso. “Chito” já conhecia a vítima. Os dois chegaram a conversar uma vez e até saíram juntos de carro. Foi ele quem tramou o plano para pegar Pedro, pois a determinação era matar para roubar o carro.

A primeira ligação foi dada para o celular de Pedro por volta das 22 horas de domingo (12), logo após o advogado ter saído da casa da família dele, no Jardim Itamaraty. O telefonema foi feito de orelhão na divisa entre os bairros Tancredo Neves e Morada da Serra (CPA-3). O segundo telefone, às 23 horas confirmou que o advogado iria falar com “Chito”. A morte dele, a partir daquele momento, seria apenas uma questão de tempo.

Ao parar o carro e os três jovens, nenhum deles com passagens pela Polícia, e todos filhos de famílias bem constituídas, se aproximaram. Conversaram um pouco e saíram do local. Ainda no trajeto, segundo relatos dos acusados, um deles sacou de uma faca e anunciou o assalto, mandando que Pedro dirigissem em direção a Ponte de Ferro.

Lá o advogado foi levado para dentro do mato e morto e facadas e pedradas por volta dos cinco minutos, já da madrugada de segunda-feira (13). Os três jovens, além do carro, pegaram R$ 26.00 em dinheiro, o aparelho celular, documentos e o cartão de Pedro. Só não conseguiram sacar dinheiro num caixa eletrônico porque não conseguiram gravar na memória a senha.

Agindo à vontade, como se nada tivesse acontecido, um deles ainda chegou a atender uma ligação feita para o celular de Pedro. Era um membro da família da vítima. Essa foi a primeira pista levantada por investigadores da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP). Só que, ontem à noite, o carro foi visto pela Polícia Militar no bairro Centro América.

O primeiro a ser preso no início da madrugada de hoje pela PM foi “Chito”. Levado para a Central de Flagrantes da Delegacia Metropolitana, ele foi entregue para o delegado Antonio Carlos Garcia de Mattos, que estava de plantão. Garcia acionou os investigadores da DHPP para que dessem prosseguimento às investigações. Antes das 5 horas da madrugada de hoje todos estavam presos.

“Chito” entregou os comparsas, Almeida e Luciano de Souza e Francismar Bernardino. O trio é réu-confesso de matar para roubar – latrocínio, roubo seguido de morte -, o assiste jurídico da Justiça Federal de Mato Grosso, o advogado Pedro Alves Juvenal. A Polícia recuperou o Gol vermelho, placa JZK-8538, o aparelho celular, todos os documentos e o cartão de crédito da vítima.

O delegado João Bosco de Barros, titular da DHPP, segundo a investigadora Aparecida Behmer, chefe de operações da Homicídios, está representando, neste momento, pela prisão preventiva dos três acusados. “Chito”, Luciano e Francismar daqui a pouco para a Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (DRRFV).

Os três no entanto, podem ser transferidos, ainda hoje para a Unidade Prisional do Carumbé (Cadeia Pública). Caso sejam condenados, os três rapazes podem pegar de 12 a 30 anos, apenas pelo crime de homicídio, além do agravante de formação de quadrilha, latrocínio (roubo seguido de morte), e ocultação de cadáver, que podem elevar para mais de 40 anos a pena máxima de casa um deles.

ENTENDA O CASO - Investigadores da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) encontraram na tare de ontem, o corpo encontrado do analista judiciário da Justiça Federal de Mato Grosso Pedro Alves Juvenal, de 39 anos. A primeira pista da polícia para chegar ao autor do crime trata de uma ligação feita pela família para o celular da vítima, atendido por alguém que não se identificou.

De acordo com o delegado titular da DHPP, João Bosco de Barros, o corpo do servidor já estava em adiantado estado de decomposição, o que dificulta a polícia a dizer antes do laudo pericial se o homem foi morto a tiros ou facadas. O cadáver estava jogado em um matagal no lado direito, antes da Ponte de Ferro, região da Grande Morada da Serra, em Cuiabá.

Ontem mesmo a família á identificou o corpo no Instituto Médico Legal de Cuiabá. Pedro Alves Juvenal estava desaparecido desde as 21h30 do dia 12, domingo, quando saiu da casa do irmão Custódio Alves Juvenal. Custódio é sargento reformado da Polícia Militar e mora no Jardim Itamaraty, em Cuiabá.

O carro de Pedro, um Gol 2000 vermelho, placa JZK 8538, até o final da tarde de ontem ainda não havia sido encontrado pela polícia. O servidor da Justiça Federal morava sozinho num apartamento no bairro Bosque da Saúde, próximo à gráfica Atalaia. Pedro, segundo informações de familiares, já foi vítima de um assalto relâmpago.




Fonte: 24 Horas News

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