Decisão pode atingir outros réus

A decisão do TRF poderá ser estendida também ao julgamento dos réus indiciados pelo assassinato do vereador e PM Valdir Pereira. Assim, o processo que havia sido encaminhado à Justiça Federal poderá ser desmembrado e julgado pela Estadual. "Trata-se da mesma circunstância", avalia o advogado Paulo Fabriny.

A posição do desembargador Tourinho Neto anulou uma sentença de pronúncia do juiz Federal de Mato Grosso, Cesar Bearsi, que determinava que os réus do caso Arcanjo, indiciados por homicídios, deveriam ser julgados pela Justiça Federal, uma vez que os assassinatos estavam diretamente ligados ao contrabando de caça níqueis e à formação de quadrilha - crimes federais.

O advogado de Júlio Bachs, Paulo Fabriny, conta que tentou por duas vezes reverter na Justiça a sentença de pronúncia de Bearsi. Uma delas foi no próprio TRF que, na época, negou o pedido, e neste mês determinou de ofício a incompetência da JF em julgar os homicídios. "O mesmo recurso ainda foi feito ao Superior Tribunal de Justiça que também manteve a decisão de Bearsi", recorda Fabriny, que se disse surpreso com a determinação de Tourinho Neto.

O juiz Federal Cesar Bearsi está de férias e, seu substituto, juiz José Pires da Cunha disse ontem que desconhece a decisão do tribunal federal. No entanto, ponderou que, se existir, será cumprida.

Réus - O advogado do contador Luiz Dondo, Ueber Carvalho, comemorou ontem a decisão do TRF. Se mantida essa posição, seu cliente será julgado pela justiça Estadual e por juiz singular (e não tribunal do júri). O advogado de Hércules, Jorge Godoy, acredita que a decisão do TRF não irá mudar o quadro de seu cliente, que soma uma pena de mais de 120 anos de cadeia. Somente pelo duplo homicídio (Rivelino Brunini e Fause Rachid Jaudy), Hércules foi condenado a 38 anos de prisão em regime fechado.(FB)