Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quinta - 16 de Dezembro de 2004 às 11:06
Por: Lu aiko Otta

    Imprimir


A festa dos 10 anos do Mercosul terá alguns avanços a mostrar, a despeito do clima tenso criado pelas trocas de ameaças entre Brasil e Argentina. Hoje deverá ser assinado um acordo comercial entre Mercosul e Índia e outro entre o bloco e um conjunto de países africanos (África do Sul, Botswana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia). Além disso, Equador, Venezuela e Colômbia deverão ingressar como membros associados ao bloco, juntando-se à Bolívia e Chile. Também deverá ser anunciada a criação de um Fundo de Convergência Econômica, destinado a ajudar as duas economias menores do bloco, Paraguai e Uruguai.

Não são avanços extraordinários, mas o próprio ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, adverte que não se deveria esperar uma "revolução" a cada reunião do Mercosul.

Os acordos com Índia e África abrangem apenas uma fatia do comércio e o Fundo de Convergência é mais uma decisão política do que um projeto.

Discussões fundamentais, sobre como o fundo funcionaria e quanto ele teria à disposição, ainda serão tema para negociações que se prolongarão até maio. A idéia, porém, é de que os governos reservem uma fatia de seus orçamentos de 2006 para o fundo.

O fundo vai bancar projetos como a melhoria do controle sanitário da febre aftosa e a melhoria dos laboratórios de certificação fitossanitária, o que daria mais credibilidade quanto à sanidade dos produtos agropecuários produzidos na região. Ele também poderá atender a regiões com menor desenvolvimento econômico com a concessão de crédito para a agricultura familiar.

O ingresso de novos membros associados ao Mercosul é, na avaliação de Amorim, uma mostra que o bloco não está em crise. "Existe uma verdadeira fila para negociações com o Mercosul", diz. "Nós é que temos esse instinto de auto-flagelação".

Na fila, além de Índia e africanos, estão negociações com o México, o Egito e países caribenhos. Também demonstraram interesse em uma negociação o Japão, a Tailândia e a própria China (essa ainda impedida pelo fato de não ter relações diplomáticas com o Paraguai).

Assimetrias - Celso Amorim reconhece que há assimetrias no comércio entre Brasil e Argentina. O chanceler afirma que é preciso tratar todos os problemas que existem nas relações entre os dois países de maneira inteligente, razoável e que permita um avanço no processo de integração.

"Neste momento elas (as assimetrias) favorecem mais ao Brasil. Poderá haver momentos em que elas venham a favorecer, como ocorreu no passado, a Argentina. Temos que trabalhar com espírito construtivo porque o Mercosul é um grande acervo positivo para todos nós", diz o ministro Celso Amorim.




Fonte: gazeta digital

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/364199/visualizar/