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Nacional
Sexta - 09 de Novembro de 2012 às 21:24
Por: Thais Kaniak

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A Justiça condenou a operadora Oi e uma empresa terceirizada a pagar R$ 14 mil de indenização para um ex-funcionário. Ele foi obrigado a se vestir de mulher no departamento de telemarketing onde trabalhava, em Curitiba. A decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) saiu no dia 31 de outubro deste ano. A ação foi ajuizada em 2009. A Oi foi procurada pelo G1 e afirmou não comentar ação judicial em andamento. 

A conclusão do TST foi de que as atitudes do superior desrespeitaram o trabalhador e o reduziram à condição de objeto. O relator, ministro Emanoel Pereira, afirmou que é dever do empregador proporcionar um ambiente de trabalho saudável, devendo "primar pela adoção de regras que incentivem o empregado de forma positiva, com premiações, jamais de forma negativa ou depreciativa, expondo o trabalhador a situações vexatórias, como no caso, onde o autor foi obrigado a se vestir de mulher", escreveu o ministro.

O magistrado explicou, no voto, que o dano moral decorre de qualquer conduta abusiva que ofenda a dignidade e a integridade física ou psíquica do empregado.

Prática comum
Em entrevista ao G1, o ex-colaborador da Oi contou que a prática é corriqueira em empresas do setor. "No mundo do call center, é comum você se fantasiar de palhaço, de mulher, do que eles querem que você faça", contou. O homem preferiu não se identificar. Atualmente, com 32 anos, disse que a situação ocorreu uma única vez com ele, mas que era recorrente no setor.

Fiquei com vergonha. (...) Fazer o que? Não tem muita opção. Ou encara de forma madura e se descontrai com os demais ou se deprime e se mata."
Autor do processo contra a Oi

O supervisor de equipe explicou que se atingisse a meta, deveria "pagar mico" para estimular os empregados. A situação aconteceu em 2007. "Foi comigo e com outro supervisor no mesmo momento, mas já vi acontecendo com outros funcionários em outras empresas que já trabalhei", relatou.

"Fiquei com vergonha, mas acabei descontraindo no momento. Fazer o que? Não tem muita opção. Ou encara de forma madura e descontrai com os demais, ou se deprime e se mata", relembrou.

Logo depois do episódio, ele saiu da empresa e, desde 2008, atua em outro segmento. No período em que estava na Oi, o assédio moral se agravou. "Não em termo de se fantasiar, mas os superiores nos tratavam como lixo em sala de reunião. Nos chamavam de incompetentes", revelou.

Processo não foi oportunismo
Ele explicou que, na época, não quis entrar na Justiça contra a empresa porque acreditava que poderia queimar sua imagem no mercado de trabalho. Porém, foi incentivado pela família e por uma advogada trabalhista.O homem garantiu que acionou a Justiça pela questão ética e moral, não por dinheiro. "Hoje minha situação social é melhor do que naquela época", afirmou.

Agora, ele incentiva outros trabalhadores, que passam por constrangimentos, a fazerem o mesmo, desde que não seja oportunismo.





Fonte: Do G1 PR

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