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Economia
Quinta - 16 de Dezembro de 2004 às 11:04

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Segundo o economista e professor do Ibmec São Paulo, Eduardo Gianetti da Fonseca, quando essa discussão estiver mais presente entre os brasileiros, no entanto, o governo estará na fase final do seu atual mandato e, dessa forma, terá pouco capital político para promover reformas microeconômicas em caráter profundo. "A popularidade do Lula tende a cair à medida que o baixo crescimento mostrar os limites do possível no Brasil".

Gianetti elogia a política monetária conduzida pelo Banco Central, dizendo que é "muito bem-sucedida e está funcionando exatamente como os manuais de economia ensinam"., pois foi capaz de domar a inflação em aceleração em 2002, quando o governo Lula tomou posse, e conduzir o país à recuperação cíclica vivida neste ano.

O que mais preocupa Gianetti é a baixa formação bruta de capital fixo no Brasil, que chega a 20% do Produto Interno Bruto (PIB), um nível baixo em relação aos primeiros anos do Plano Real e ainda menor quando comparado a países asiáticos de alta crescimento econômico, como a China, onde a poupança chega a 40% do PIB.

"Se nós incorporarmos o capital humano nesta equação, o quadro brasileiro fica ainda pior. Para que haja crescimento sustentado elevado, uma série de pendências, de problemas terão de ser resolvidos. É questão da agenda microeconômica, da baixa poupança , de investimento em infra-estrutura, de regulamentação", afirma o professor.

Os elevados juros pagos sobre a dívida, o déficit da Previdência e o crescimento dos níveis subalternos de governo - a multiplicação de municípios e o aumento do funcionalismo municipal e estadual - representam juntos uma quantidade enorme de dinheiro que não chega ao contribuinte na forma de educação, saúde, infra-estrutura e segurança pública. "Somando a carga tributária com o déficit nominal chegamos perto de 40% do PIB. Preocupa o fato de, apesar da enorme fatia de recursos que o Estado extrai do setor privado, ele contribui com uma faixa de apenas 2% a 2,5% do PIB para a formação de capital".




Fonte: Agência Estado

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