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Quinta - 16 de Dezembro de 2004 às 08:34
Por: Joanice de Deus

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O motorista Fernando Fabiani Ezequiel, 25 anos, foi condenado ontem a seis anos em regime semi-aberto pelo atropelamento que resultou na morte do garoto Thiago Joseh Tavares, à época com 12 anos. O julgamento, no Fórum de Chapada dos Guimarães, onde aconteceu o acidente, começou às 8 horas e só terminou no início da noite.

Tanto familiares e amigos de Thiago como de Fabiani acompanharam o julgamento, presidido pelo juiz substituto da Comarca de Chapada, Eduardo Calmon de Almeida Cézar.

“Foram quatro anos, quatro meses e 23 dias de luta e o que nós esperamos é que haja punição. Não que isso vá trazer o nosso filho de volta, mas para que não haja impunidade”, comentou o médico José Pedro Rodrigues Gonçalves, pai de Thiago, momentos antes do início do julgamento. Os parentes de Fabiani não quiseram falar com a reportagem do Diário.

De acordo com a promotora Elisamara Sigles Vodonós, foram mantidas todas as alegações iniciais para pedir a condenação de Fabiani, como dirigir em alta velocidade e omissão de socorro. Um laudo assinado por pesquisadores da UFMT indicou que o carro conduzido por Fernando Fabiane – um Ford Taurus - estava a 120 quilômetros por hora no momento do acidente. O limite de velocidade, fixado em uma placa de trânsito, é de 30 km/h.

Interrogado pelo juiz Eduardo Calmon, Fabiani voltou a dizer que não viu a vítima. Ele disse que sentiu algo bater no carro e após olhar para trás, viu alguém caído no chão. Fabiani alegou que não prestou socorro por causa do aglomerado de pessoas no local do acidente, ocorrido no dia 22 de julho de 2000, na rua Fernando Corrêa, em Chapada.

No entanto, Átila César, testemunha arrolada pela acusação, disse durante o julgamento, que não havia ninguém na rua após o acidente. Fabiani só se apresentou à polícia seis dias depois do crime. O Taurus com diversas avarias (pára-brisa, lanterna e sinalização direita quebrados) foi deixado na casa da namorada (com quem estaria morando atualmente) e tampado com uma lona.

Durante o interrogatório, Átila César contou que Thiago e outras crianças brincavam na sala de sua casa, quando o garoto pegou a bicicleta e foi para a rua em direção à praça central.

Segundo ele, Thiago já havia descido a roda traseira do meio fio, quando foi atropelado. Depois viu o corpo de Thiago rodopiar pelo ar e ser arremessado a uma distância de 12 a 15 metros.

Apesar de em Mato Grosso ser a primeira vez que uma pessoa vai a júri popular pela morte de alguém no trânsito, no país já há vários outros casos, inclusive com condenação de acusados. Alguns exemplos foram citados pela acusação para sustentar o pedido de condenação do motorista Fabiani. (colaborou Carlos Martins)




Fonte: Diário de Cuiabá

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