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Economia
Quarta - 15 de Dezembro de 2004 às 14:18
Por: Carlos Martins

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Depois de 20 anos de espera, finalmente o Estado de Mato Grosso conta com um valioso instrumento para dar uma dimensão do potencial mineral existente no Estado. Fruto de um convênio entre o Ministério das Minas e Energia, por meio do Serviço Geológico do Brasil e da Secretaria de Comércio, Indústria, Minas e Energia (Sicme) de Mato Grosso, foi lançado na manhã desta quarta-feira (15.12) em Cuiabá, no Centro de Eventos do Pantanal, o Mapa Geológico e de Recursos Minerais de Mato Grosso. A solenidade contou com a presença do governador Blairo Maggi, secretários e diretores de órgãos do Estado, o representante da ministra das Minas e Energia, Dilma Rouseff, o secretário de Minas e Metalurgia, Giles Carriconde Azevedo e o diretor de Geologia e Recursos Minerais, Manoel Barreto. Contendo mapas na escala 1: 1.000.000, texto explicativo em formato PDF e texto impresso estruturados em um moderno Sistema de Informações Geográficas, o acervo poderá ser utilizado por pesquisadores, profissionais do setor e empresários interessados em investir no Estado.

Para o governador Blairo Maggi, o fato de este levantamento estar sendo esperado há 20 anos, reforça o perfil que vem demonstrando o atual Governo do Estado. “Nosso governo é realizador. Começa e termina as coisas. E na administração pública o que se precisa é isso, decisão”, destacou Maggi. Segundo ele, o lançamento do acervo é um marco e o trabalho terá continuidade, com a produção de outros mapas em outras escalas, para mostrar aos investidores o potencial mineral do Estado. Durante a solenidade, Maggi solicitou ao representante da ministra que o Governo Federal faça uma reavaliação na questão tributária do setor mineral. Os minerais exportados são desonerados no Estado produtor e apenas a União recolhe os impostos. “Os Estados, que fazem grandes investimentos não são beneficiados e não recebem nada de volta. São políticas contraditórias e isso pode gerar desestímulo”, disse Maggi.

O trabalho incluiu a compilação e integração das informações geológicas, geoquímicas, geofísicas, geotécnicas e de recursos minerais disponíveis, complementadas com interpretação de imagens de satélite, geração de modelo digital de terreno, verificação de campo e organização de banco de dados e de texto explicativo. O resultado foi o registro de 428 ocorrências minerais em várias regiões do Estado. Em Juína, por exemplo, o potencial na área de prospecção do diamante é da ordem de 10 milhões de toneladas. Jazidas de ouro foram mapeadas principalmente na Baixada Cuiabana e também no Norte do Estado, onde, em Alta Floresta existe um potencial de 123 toneladas de ouro a ser explorado. Áreas pesquisadas em Comodoro mostram um potencial de 47 milhões de toneladas de níquel.

Apesar de toda a riqueza mineral, Mato Grosso ocupa hoje no País o 18° lugar na produção mineral. Daí a importância do trabalho realizado no mapeamento de jazidas que poderão impulsionar a economia do Estado. Atualmente, cerca de 85% das importações mato-grossenses estão ligadas ao setor mineral, com a aquisição de adubos e fosfato utilizados na agricultura. O secretário de Minas e Metalurgia, Giles Carriconde, ressaltou que nas últimas décadas faltou aos governos uma visão estratégica e também vontade política de aprofundar estudos para se conhecer o potencial mineral. A parceria, realizada entre o Ministério das Minas e Energia e o governo do Estado de Mato Grosso deve se repetir em outros estados, já que a meta até o ano 2007 é fazer um mapeamento de 30% do território brasileiro.

Para o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan, esse trabalho proporcionará ao setor mineral entrar numa nova fase. “Ficou para trás o tempo da garimpagem sem nenhuma estrutura, que gerava degradação do meio ambiente. Será possível atrair investimentos, com alta tecnologia, agregando valor, produzindo empregos e gerando o desenvolvimento econômico sempre respeitando a questão ambiental”, destacou o secretário. O governador Blairo Maggi disse também, que além de ajudar na atração de investimentos, o mapa possibilita ainda a revitalização da economia de muitos municípios garimpeiros que há algumas décadas experimentaram surtos de desenvolvimento com a extração do ouro e diamante mais fácil de extrair. “Esse mapa dá indicação de que ainda nestes lugares, através de técnicas mais avançadas, o ouro, diamante e outros minerais ainda podem ser explorados”.

Também participaram da solenidade a secretária do Trabalho, emprego e Cidadania e primeira-dama, Terezinha Maggi, mais os secretários Cloves Vettorato (Projetos Estratégicos), João Carlos Vicente Ferreira (Cultura), Moises Sachetti (presidente do Detran), Jair Durigon (Superintendente do Imeq), Justino Paes de Barros (presidente da Metamat), José Epaminondas Mattos Conceição (adjunto de Desenvolvimento da Sicme), Carlos Vitor Bona (adjunto de Gestão da Sicme) e o deputado Carlos Brito.




Fonte: Secom - MT

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