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Nacional
Quarta - 15 de Dezembro de 2004 às 11:31
Por: Rita Tavares

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São Paulo - O ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco disse hoje que não inventou as contas CC5, que já existiam quando ele assumiu o comando da instituição e continuam ainda em vigor. Segundo ele, o também ex-presidente do BC, Armínio Fraga, explicou ontem à imprensa que essas contas foram criadas por ele, quando ocupava uma diretoria do BC na gestão de Gustavo Loyola.

Em tom sereno, Franco afirmou que os presidentes posteriores do BC também mantiveram as CC5. "Este governo pratica as mesmas políticas que eu ajudei a aperfeiçoar e pratiquei", disse, referindo-se às contas e completando: "É curioso ver como estava tão errado o que eu fiz e hoje continua sendo feito tudo como era".

O ex-presidente do BC admitiu que se sente "perseguido" pelo relator da CPI do Banestado, Jose Mentor (PT-SP), ponderando que há "um traço de perseguição política" no relatório. "É lamentável, é decepcionante que o regulador que procura moralizar o mercado de câmbio acaba sendo confundido com quem comete irregularidades", afirmou Franco, explicando que o próprio BC iniciou a investigação sobre as fraudes durante sua gestão em 1996.

Franco disse que se sente "muito mal, muito triste e muito decepcionado com a denúncia do relator, comparando a situação a um tribunal de exceção em que não adiantaria a tentativa de se provar os fatos já que "a objetividade não parece ser a razão de ser da coisa". Ele diz estar disposto a comparecer novamente à CPI, caso seja convocado para prestar novos esclarecimentos. Ele participa em São Paulo de um seminário que discute mercado de capitais, promovido pela Gazeta Mercantil e revista Fortune.




Fonte: Agência Estado

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