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Saúde
Quarta - 15 de Dezembro de 2004 às 08:29

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Surpreendidos no primeiro dia de greve por uma portaria antecipando o recesso de fim de ano nas unidades da saúde, mesmo assim os médicos decidiram manter a paralisação por tempo indeterminado. A categoria só deve retornar ao trabalho depois de negociar o pagamento de salários com o novo prefeito Wilson Santos (PSDB).

Desde a última segunda-feira, todos os postos de saúde estão fechados e o Pronto-Socorro e as policlínicas, inclusive as odontológicas, só atendem casos de urgência e emergência. A princípio não haveria atendimento por causa da greve, mas a interrupção acabou se tornando oficial.

O diretor do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Ednaldo Lemos, diz que a categoria cumprirá a parte dela, que seria manter os serviços de urgência e emergência.

A decisão da prefeitura, conforme o sindicalista, prejudica os médicos porque vão ficar sem receber os salários de outubro e novembro, enquanto permanecem em dúvida sobre o pagamento do 13º.

Mas o prejuízo maior é para os usuários, especialmente aqueles que tiveram consultas e outros procedimentos cancelados. Lemos disse que se faltam médicos em algumas policlínicas ou no Pronto-Socorro, isso não é de responsabilidade do sindicato da categoria. Segundo o diretor, em algumas unidades as equipes dos plantões estão incompletas.

No final da tarde de ontem, o secretário municipal de Saúde Luiz Soares divulgou nota à imprensa informando que a suspensão dos serviços será entre o dia 13 deste mês e dois de janeiro, num total de 13 dias úteis.

Junto, a assessoria mandou cópia do ofício enviado ontem ao procurador de Defesa do Consumidor e Cidadania, Edmilson da Costa Pereira, para denunciar que a categoria não estaria cumprido a liminar que determina manutenção dos serviços de urgência e emergência nas unidades públicas de saúde.

Em 12 de dezembro de 2002, numa outra greve, o juiz José Silvério Gomes determinou manutenção de no mínimo 30% do atendimento. Quatro médicos das policlínicas do CPA, Planalto e Verdão serão os primeiros a serem punidos porque estavam escalados e não apareceram para trabalhar.

O secretário diz no documento que o recesso “é histórico neste período em que o atendimento reduz naturalmente em virtude das festas”. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) garante que não haverá prejuízo aos usuários porque os procedimentos agendados (consultas e exames) serão retomados a partir do dia três de janeiro de 2005.

As cirurgias eletivas marcadas para esse período serão realizadas sem alteração de data. É que nesses, o atendimento não acontece na rede básica ou ambulatório público, mas nos hospitais-escola (Geral e Júlio Müller) e particulares credenciados junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).





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