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Cidades/Geral
Segunda - 13 de Dezembro de 2004 às 18:43

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O vice-presidente do Sistema de Cooperativas de Créditos Integrantes do Bancoob (Sicoob Pantanal), Aigo Cunha Moraes, requereu ao Ministério Público Federal a instauração de inquérito policial federal para apurar crime contra a ordem financeira naquela instituição, supostamente praticados pelo contador Ney Gomes de Arruda, que se encontra desaparecido. Na manhã de hoje, a PF realizou uma busca e apreensão no Sicoob, em Poconé (ver matéria abaixo).

Em ofício encaminhado ao superintendente da Polícia Federal, no dia 9, Aigo Cunha de Moraes explica que, em reunião ocorrida no começo deste mês, após boatos da perda de liquidez da cooperativa, constatou-se sérios indícios de irregularidades depois de uma análise dos documentos, balanços e extratos. O rombo causado pelo contador supera a casa de R$ 1 milhão e pode chegar até os R$ 4 milhões, segundo se especula nos bastidores da instituição.

Em seguida, os diretores tentaram contato com Ney Gomes de Arruda quando foram informados a respeito de um e-mail comunicando o seu desligamento dos quadros do Sicoob, além de fazer acusações veladas e inconsistentes.

No ofício, Cunha de Moraes informa a PF da existência de rumores que dão conta que o "contador Ney Gomes de Arruda está desfazendo de seu patrimônio, principalmente através de venda do gado confinado na fazenda de seu pai, confirmando as suspeitas do crime e intenção de frustar a aplicação da lei". Em razão disso, ele pede a apuração de todos os atos praticados pelo contador.

Informa ainda Aigo Moraes que a auditoria já foi instalada e os auditores foram orientados a colaborar com as investigação da Polícia Federal. Por fim, ele reforça que a "situação merece pronta intervenção por parte da Polícia Federal, sob pena de ocorrerem danos patrimoniais e até mesmo pessoais, de caráter irreversível, sendo a urgência absoluta".

Polícia Federal faz busca e apreensão no Sicoob Pantanal Da Redação, 13/12/2004 - 15:22h

Acatando decisão do juiz Julier Sebastião da Silva, a Polícia Federal realizou, agora há pouco, busca e apreensão nas unidades da cooperativa de crédito Sicoob Pantanal. Foram apreenditos computadores, CPUs, talonários de cheques, extratos bancários etc.

A Justiça Federal está investigando um rombo de R$ 4 milhões na cooperativa, supostamente causado por um funcionário, o contador Nei Gomes de Arruda. O esquema também está sob investigação do Banco Central e do Ministério Público Federal, que suspeitam da participação de outros funcionários graduados do Sicoob.

O dinheiro dos associados, que foram prejudicados com o golpe, está retido e estão suspensos, por tempo indeterminado, saques e compensações de cheques.

O presidente da cooperativa, Cláudio Severino Leal, também deve ser investigado junto com o vice-presidente e um dos diretores da cooperativa, Aigo Cunha de Moraes. Outros funcionários do Sicoob também vão ser investigados. O rombo foi descoberto recentemente por dois auditores do Sicoob (Sistema de Cooperativas do Brasil). Há fortes suspeitas da contratação irregular de empréstimos, autorizados pelos gerentes e diretores do Sicoob.

Severino Leal afirma que as unidades foram fechadas para evitar maiores transtornos. Isso porque a Sicoob Pantanal perdeu a liquidez depois que a maioria dos 3,8 mil associados correram para sacar suas aplicações após o vazamento da notícia do desvio de recursos. As transações feitas pela cooperativa estão sendo auditadas e não há previsão de conclusão do processo.

Toda essa situação levou a Central das Cooperativas de Crédito dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Sicoob Central MT/MS) a descredenciar a cooperativa do sistema. O Sicoob agência bancária atua há 13 anos em seis cidades mato-grossenses e era associada ao Sicredi. O desfalque atinge prefeituras, aposentados, pensionistas, servidores municipais, fazendeiros e, principalmente, comerciantes.




Fonte: Olhar Direto

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