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Cidades/Geral
Segunda - 13 de Dezembro de 2004 às 11:02
Por: Joanice de Deus

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Embora incipiente e com diversas barreiras a serem vencidas, a política de “Educação Inclusiva: Direito à Diversidade?”, um programa do Governo do Federal, já é uma realidade em Cuiabá. Neste ano, 450 crianças e jovens com necessidades educacionais especiais (deficiência mental, auditivas, multiplica e condutas típicas) integraram o sistema regular de ensino da capital.

“O princípio do programa é oferecer educação para todos, independente da pessoa possuir ou não limitações”, afirma a coordenadora de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação (SME), Anair da Anunciação Costa, explicando que a idéia é que nenhuma criança seja separada das outras por apresentar alguma espécie de deficiência. “Hoje o Ministério da Educação (MEC) vem fomentando com mais afinco essa política de inclusão e com ações mais concretas”.

Conforme Anair Anunciação, o município também mantém gestão compartilhada (convênio) com seis instituições filantrópicas que atendem pessoas (607 entre crianças, adolescentes e jovens) com graves transtornos. Mas a intenção é avançar. Ou seja, fazer com que estas pessoas que estão nas instituições também possam integrar a rede regular de ensino.

É com este objetivo que gestores (diretores e coordenadores) e professores, inclusive auxiliares de desenvolvimento infantil (ADIs), que trabalham nas creches, foram capacitados. “Hoje nenhuma escola da capital pode se negar a receber uma pessoa com necessidades educacionais especiais ou alegar que não está preparada”, afirma Anair Anunciação.

No ano passado, Anair Anunciação esteve em Brasília, representando Cuiabá, em um encontro do programa, com a participação de 114 municípios, que assumiram o compromisso de multiplicadores do programa de Educação Inclusiva. “Cuiabá se tornou um município pólo de ação para implementação da Educação Inclusiva”, diz, acrescentando que o trabalho envolve ainda 20 cidades que compõem a Baixada Cuiabana.

“Através deste trabalho fizemos um diagnóstico de Cuiabá para detectar onde estava a nossa clientela (deficientes) para dar a resposta a cada necessidade e aplicar a metodologia que cada comunidade precisa para se desenvolver plenamente”, afirma. Além dos dirigentes das escolas, o programa também envolve o usuário de atendimento (alunos) e os pais.

A partir do diagnóstico, foram realizadas 640 horas/aulas de capacitação, abordando temas como dificuldade de aprendizagem, hiperatividade, educação precoce, educação física adaptada, linguagens de sinais (72 professores capacitados), psicomotricidade, expressão artística, musicoterapia e práticas para educação inclusiva. “Todos os professores da rede municipal de Cuiabá, além dos 20 municípios, foram envolvidos”, conta. Além disso, 12 escolas foram adaptadas (eliminação de barreiras arquitetônicas) para receber alunos especiais.

No Brasil, estima-se que existam cerca de seis milhões de jovens portadores de deficiência em idade de freqüentar o ensino básico. Desse total, 500 mil estão em escolas, sendo que 100 mil em escolas regulares e 400 mil em especiais.




Fonte: Diário de Cuiabá

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