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Cidades/Geral
Sábado - 11 de Dezembro de 2004 às 12:40
Por: Daniel Pettengil

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O advogado Anderson Eustáquio da Costa, 27, confidenciou a amigos, pouco antes de ser assassinado, que temia levar a culpa e sofrer algum tipo de retaliação pela morte da estudante Taíssa Jaune, 18, ocorrida três dias antes.

O advogado esteve com Taíssa na noite de 26 de junho deste ano, pouco antes de ela cair do 5º andar do prédio de classe média alta onde morava. Por esse motivo, Anderson estaria com medo da reação da família Jaune. O irmão dela, Leonardo Jaune, 22, é o principal suspeito de tramar a morte do advogado, executado com nove tiros no dia 29 de junho.

A reportagem teve acesso ao relato dos depoimentos em juízo de amigos e conhecidos de Leonardo, que responde a processo na 13º Vara Criminal de Cuiabá. Dois deles revelaram ao juiz Adilson Polegato que Anderson previa problemas logo após a morte de Taíssa. "Estavam na casa de (amigo de Jaune) quando Anderson falou que estava com medo pois conhecia a família de Leonardo e o pai deste era violento; que o medo era porque este estava um dia antes com Taíssa", diz trecho do depoimento de uma das testemunhas, que afirma ser amigo do advogado e apenas conhecer Jaune.

Outra testemunha afirma ter encontrado com Anderson em uma chácara no dia seguinte à morte da garota. Em seu depoimento, o rapaz diz que o advogado "estava com medo de Leonardo, aliás todos estavam". Mais três amigos da estudante estariam temendo ser responsabilizados pela morte dela, segundo o depoimento. Eles estiveram, juntamente com o advogado, na companhia de Taíssa em uma boate badalada de Cuiabá na noite da tragédia. Por volta das 3h, a estudante e uma vizinha pegaram carona com Anderson para retornar ao prédio onde moravam. Anderson decidiu descer e entrar no prédio juntamente com as duas, de acordo com os depoimentos. Todos entraram no elevador. Anderson e Taíssa desceram no 3º andar e lá permaneceram por alguns minutos. A vizinha da estudante subiu para o andar onde mora. A partir deste ponto, não se sabe ao certo o que aconteceu. Alguns minutos depois, o advogado deixou o local. Um amigo de Taíssa afirma que ela estava chorando muito e aparentemente sob efeito de álcool. Teria se despedido, dizendo que "amava todo mundo", pouco antes dela cair. Outras duas testemunhas disseram que a mãe de Taíssa estava revoltada no velório da garota. Teria dito "mataram a minha filha" e "deram drogas para ela", sem citar nomes.

O sargento aposentado Nilson Batista Ferreira, acusado de ser o autor dos tiros que mataram Anderson, deve ser solto nos próximos dias. Em despacho assinado no dia 2, o juiz Adilson Polegato, diz não ver razões para mantê-lo preso.




Fonte: A Gazeta

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