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Cidades/Geral
Sexta - 10 de Dezembro de 2004 às 08:52
Por: Paulo Coelho

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Por falta de pagamento dos salários de outubro e novembro, ao menos 6,5 mil servidores públicos da capital, entre eles os médicos, entrarão em greve, a partir da zero hora de segunda-feira, dia 13.

A decisão já foi tomada pelos sindicatos e associações de servidores e hoje às 15 horas será ratificada em Assembléia Geral, em frente ao Palácio Alencastro.

“Queremos primeiramente que a prefeitura regularize essas folhas. Nós sempre recebemos com atraso e, inclusive com a imoralidade dos CDCs [Crédito Direto em Conta]. Agora, do jeito que está, como o servidor vai sair de casa para ir ao trabalho, com que vale-transporte, com que combustível, se na casa dele está faltando o que comer e a luz da casa está cortada?” indagou a médica Maria Cristina Pacheco da Costa Fortuna, do Sindmed.

O clima da reunião realizada ontem era de indignação, na sede do Sindmed, da qual participaram o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sispumc); o Sinodonto; a Associação dos Procuradores Municipais (Apromuc), entre outras entidades.

“A gente espera que o atual prefeito tente limpar essa mancha de não conseguir regularizar a folha de pagamento em oito anos de governo. Caso contrário ele deixará essa mancha de mau pagador negativa pro resto da vida política dele”, alertou o presidente do Sindicato dos Odontologistas (Sinodonto), Gustavo Moreira de Oliveira.

Uma comissão formada pelos sindicatos e associações de servidores já havia se reunido no último dia 30 de novembro com o secretário Vivaldo, mas não obteve êxito nas negociações.

“Ele disse que as equipes de transição [da gestão atual e da que se inicia no próximo dia primeiro] estão tentando criar um caixa para pagar um salário até o dia 20 de janeiro. Antes não teria como porque não é possível receber o IPTU de 2005 neste ano de 2004”, disse a diretora do Sispumc, Aliane Rodrigues Monteiro.

Conforme o Sispumc, há em Cuiabá pouco mais de 13,1 mil servidores públicos, desses 5,8 mil são da educação.

Segundo o Sindmed, apenas serão mantidos os 30% do quadro de médicos públicos em operacionalização, para casos de urgência e emergência.

Além da questão salarial , os médicos também pedem melhorias nas condições de trabalho.

A falta de energia elétrica que ocasionou a morte de três pessoas, domingo passado, no Hospital e Pronto-Socorro de Cuiabá é apontada pela diretora clínica do órgão, Iraci Lukenczuk Said, como um exemplo das “péssimas condições de trabalho” a que se submetem os médicos atualmente.

Outro lado

O secretário de Finanças Vivaldo Lopes, disse ontem, por meio da assessoria de imprensa, que a prefeitura fechará o ano com 50% do pagamento do funcionalismo público em dia.

Isso representaria a quitação salarial dos profissionais da educação [graças à imposição constitucional gerada pelo Fundo de Participação dos Municípios - FPM] e dos aposentados e pensionistas.

A prefeitura também garantiu pagar o 13º salário de todos os servidores, no próximo dia 22.

Existe ainda uma remota possibilidade de o pagamento da folha de outubro ser paga ainda em 2004, mas isso estaria condicionado a um incremento significativo na arrecadação de tributos municipais.




Fonte: Folha do Estado

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