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Nacional
Sexta - 10 de Dezembro de 2004 às 08:37

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As duas alas do PMDB passaram a quinta-feira em conversações, mas não conseguiram alterar a divisão do partido sobre o rompimento com o governo. Do lado dos oposicionistas, a convenção está mantida para domingo, enquanto os governistas apostam no esvaziamento do encontro.

Até os dois líderes da disputa, o deputado Michel Temer (SP), presidente do partido, e o senador Renan Calheiros (AL), tentaram uma aproximação. Renan, governista, telefonou para o oposicionista Temer, com a intenção de marcar um encontro - que acabou não acontecendo. Os dois passaram o dia no Congresso, mas evitaram se expor.

Outros interlocutores tiveram mais sucesso. O líder da bancada na Câmara, José Borba (PR), conversou com Temer e com os deputados Geddel Vieira Lima (BA) e Eliseu Padilha (RS) para tentar costurar um acordo de "convergência" e evitar o desgaste do partido. "Temos que perceber que não há ganhadores. Todos perdem com a convenção", disse.

José Sarney (AP), presidente do Senado e um dos principais defensores da permanência na base aliada, recebeu o oposicionista Joaquim Roriz, governador do Distrito Federal. Roriz, que foi pressionado pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para mudar de lado, manteve a posição de afastamento do governo na reunião da Executiva realizada na quarta-feira. Esta reunião havia sido convocada pelos governistas, que acabaram derrotados.

O encontro decidiu também pela entrega dos cargos que o PMDB ocupa no governo até sexta-feira. "Precisamos encontrar um entendimento de alto nível. Entregar os cargos para evitar a radicalização prejudica o partido", disse Roriz, que, apesar de preferir o adiamento da convenção, instância máxima do partido, garantiu que comparecerá ao encontro.

Os governistas apostam que pelo menos 15 diretórios estaduais não participarão da convenção, mas até integrantes desta ala duvidam do número. O mais provável é que grande parte vá dividida à reunião, que tem cerca de 500 membros.

Também o ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, deputado federal pelo Ceará, passou o dia negociando. Ele é um dos que contam com a falta de quórum na convenção de domingo e já afirmou que não entregará o cargo, como quer o partido.

O senador Pedro Simon (RS), aliado do governador Germano Rigotto e adepto da independência, propôs nesta quinta-feira que os ministros que queiram ficar nos cargos peçam licença ao partido.

Quanto à divisão da legenda e ao sistemático descumprimento de decisões, o vice-líder do governo no Senado, Ney Suassuna (PB), foi franco. "O PMDB é um partido que admite dissidência. Nada muda no quartel de Abrantes, fica tudo como antes."




Fonte: Reuters

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