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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quarta - 08 de Dezembro de 2004 às 12:15

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A Coréia do Sul e os Estados Unidos reduziram hoje, quarta-feira, suas diferenças sobre a estratégia que ambos os governos devem seguir para atrair novamente o regime norte-coreano à mesa das negociações multilaterais sobre seu programa nuclear.

Segundo a agência de notícias Yonhap, o enviado especial americano para as negociações com a Coréia do Norte, Joseph De Trani, se reuniu nesta quarta-feira com o representante sul-coreano para as negociações nucleares com Pyongyang, Cho Tae-yong.

Ambos os funcionários destacaram em Seul a necessidade de unir esforços para revitalizar o processo das negociações que a Coréia do Norte boicotou em setembro, depois de acusar os EUA de "hostilidade" e de buscar a destruição do regime comunista enquanto insiste no diálogo.

De Trani e Cho abordaram a possibilidade de realizar uma reunião de trabalho antes de retomar a quarta rodada das negociações (prevista para setembro) com a participação de ambas as Coréias, EUA, Rússia, China e Japão.

A Coréia do Norte já anunciou que não participará de novas negociações até que o presidente americano, George Bush, reeleito no início de novembro, tenha designado seu novo gabinete e a política que quer desenvolver na península da Coréia.

Joseph De Trani chegou a Seul procedente de Pequim (onde tratou também o problema da Coréia do Norte com as autoridades chinesas) e viaja amanhã a Tóquio.

Na semana passada, o emissário americano se reuniu em Nova York com representantes de Pyongyang, aos quais expressou o desejo dos EUA de buscar uma saída negociada a uma crise que se remonta a outubro de 2002, quando a Coréia do Norte reconheceu que tinha começado a processar urânio enriquecido e plutônio.

Este material fissível pode ser utilizado na fabricação de armas atômicas e, segundo Washington, a Coréia do Norte já pode dispor de vários artefatos nucleares.

A reunião sobre o programa nuclear da Coréia do Norte pretende, desde agosto do ano passado, convencer esse país a renunciar a suas ambições de possuir um arsenal atômico, que coloca em perigo o precário sistema de segurança do Extremo Oriente.

Estas conversações realizadas hoje em Seul entre sul-coreanos e americanos tentaram também fechar a profunda brecha que se está abrindo entre ambos os governos sobre o tratamento que é preciso dar à Coréia do Norte.

Frente à aposta americana de aumentar a pressão sobre Pyongyang, Seul opina que não se deve encurralar a Coréia do Norte.

No final de novembro, no Chile, o presidente sul-coreano, Roh Moo-hyun, ressaltou a seu colega dos EUA, George Bush, durante o Fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec), que a Coréia do Norte faz parte do processo de negociação e, portanto, "é importante criar uma atmosfera que beneficie esse diálogo".

As faíscas entre sul-coreanos e americanos surgiram depois que Roh pediu a concessão de "certas garantias ao Norte" e afirmou que seu governo se oporá ao uso da força ou de um bloqueio (por parte dos EUA) contra Pyongyang, pois isso desataria uma nova guerra na península.

O próprio ministro da Defesa sul-coreano, Yoon Kwang-ung, se mostrou partidário de eliminar a definição da Coréia do Norte como "principal inimigo" da Coréia do Sul.

Segundo Seul, não se deve colocar dificuldades às conversações e inclusive se deve apostar na realização de contatos informais ou de trabalho com o objetivo de atrair, sem pressões, o Norte ao diálogo.




Fonte: afe

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